A deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT-GO) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados na última sexta-feira (7) que propõe a exibição obrigatória do filme Ainda Estou Aqui em escolas públicas e privadas de todo o Brasil. A proposta surge em um momento de grande visibilidade para a obra, que concorre ao Oscar 2025 em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, com Fernanda Torres no papel principal. A atriz, inclusive, já foi premiada no Globo de Ouro por sua atuação no longa.
Objetivo educacional e reflexão social
De acordo com o texto do projeto, a medida busca inserir o filme no calendário escolar, garantindo que ele seja exibido pelo menos uma vez ao ano. A justificativa apresentada pela deputada ressalta a importância da obra para a educação dos jovens, pois aborda temas como direitos humanos, memória histórica e empatia.
“A obra traz à tona debates essenciais sobre a importância da preservação da memória, da resiliência e da superação diante de adversidades”, afirmou Accorsi. Para ela, a exibição do filme contribuiria para a formação integral dos estudantes, incentivando a reflexão e o pensamento crítico.
Atividades pedagógicas complementares
Além da simples exibição do filme, a proposta da deputada prevê que as escolas realizem atividades pedagógicas complementares. Entre as sugestões estão debates mediados por professores e produções textuais que incentivem os alunos a expressar suas impressões e reflexões sobre o tema.
A intenção é que o projeto aprofunde o aprendizado e amplie a discussão sobre os acontecimentos retratados no longa. O filme narra a trajetória de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, que teve seu mandato cassado e foi morto durante a ditadura militar no Brasil. A história reforça a importância da memória histórica e do reconhecimento dos direitos humanos, temas que a deputada considera fundamentais para a educação de jovens brasileiros.
Impacto e perspectivas para a proposta
A iniciativa de Accorsi segue a tendência de outros projetos que buscam integrar obras cinematográficas ao currículo escolar como ferramenta educacional. No entanto, ainda não há consenso sobre a viabilidade da proposta, que precisará passar por votação na Câmara antes de se tornar lei.
Caso aprovada, a medida poderá gerar debates sobre a obrigatoriedade de conteúdos culturais específicos na grade curricular e sua influência na formação dos estudantes. Enquanto isso, Ainda Estou Aqui continua ganhando reconhecimento internacional e se destaca como um dos principais representantes do cinema brasileiro no Oscar 2025.