Tim Willits da Saber Interactive comenta sobre os desafios da indústria de jogos AAA
Em uma recente entrevista à IGN, Tim Willits, diretor criativo da Saber Interactive, compartilhou suas perspectivas sobre os desafios enfrentados pelos desenvolvedores de jogos AAA e as razões pelas quais muitos deles estão falhando. Em sua análise, Willits destacou que o problema não reside em uma suposta queda de popularidade de certos gêneros, mas sim em como os desenvolvedores abordam a criação de seus jogos.
Foco na jogabilidade e simplicidade
Willits enfatizou a importância de manter o foco na jogabilidade fundamental. Ele declarou: “Uma das coisas que tentamos fazer na Saber é nos concentrar na interação momento a momento na jogabilidade e no sentimento que você tem.” Segundo ele, muitas equipes acabam exagerando ao tentar incorporar tendências de outros jogos, o que os leva a perder o foco no que realmente torna um jogo divertido.
Ele argumentou que, em vez de buscar inovações radicais, a Saber Interactive se concentra em executar bem mecânicas de jogo já conhecidas. “Não estamos no Space Marine 2 fazendo coisas que… bem, os enxames são uma nova tecnologia, mas não há uma nova mecânica de jogo revolucionária que ninguém nunca viu antes”, comentou. Willits acredita que essa abordagem permite à empresa entregar experiências de alta qualidade sem a pressão de vendas exorbitantes.
Desafios financeiros e expectativas da indústria
A discussão sobre o desenvolvimento AAA levou Willits a comentar sobre as expectativas de vendas na indústria. Ele observou que muitos desenvolvedores se sentem pressionados a vender milhões de cópias para que um jogo seja considerado um sucesso. “Infelizmente, existem muitos jogos, especialmente de desenvolvedores norte-americanos, em que se você não vender cinco milhões de cópias, você é um fracasso”, lamentou. Willits expressou seu desejo de que a Saber se mantenha focada em criar experiências divertidas e acessíveis, sem ser refém das exigências do mercado.
Sucesso em manter a simplicidade
Willits exemplificou a eficácia de se concentrar no básico ao mencionar jogos como SnowRunner e World War Z, que, apesar de suas premissas simples, conquistaram milhões de jogadores. “Olha o SnowRunner! Cara, SnowRunner é literalmente dirigir caminhões na lama. É isso. 15 milhões de pessoas jogaram porque a experiência é perfeita”, destacou.
Essa abordagem de simplicidade e foco na experiência do jogador ressoa com outras franquias de sucesso, como Persona 5, que também se baseia em mecânicas clássicas e se destacou no mercado.
Considerações finais sobre a evolução da indústria
Embora Willits tenha abordado vários aspectos da indústria, ele não mencionou o fator “woke”, que tem gerado debates entre os jogadores e desenvolvedores. Essa questão não pode ser ignorada, especialmente em um momento em que o consumo de jogos é cada vez mais influenciado por percepções culturais e sociais.
No geral, os comentários de Tim Willits ressaltam a importância de uma abordagem centrada no jogador e a necessidade de um equilíbrio saudável entre inovação e execução eficaz de mecânicas estabelecidas. Enquanto a indústria continua a evoluir, essa filosofia pode ser um diferencial crucial para os desenvolvedores que buscam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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