O filme de terror Good Boy é um dos sucessos do ano. A produção, aliás, conta uma história assustadora totalmente do ponto de vista de um cachorro. Agora, o diretor Ben Leonberg revelou os segredos dos bastidores. Em uma nova entrevista à revista Variety, ele contou como foi a jornada de três anos para filmar o longa. Além disso, o cineasta detalhou os desafios e as vantagens de dirigir seu próprio cão, Indy, como protagonista.
O filme foi aclamado no festival SXSW. Ele, portanto, chega aos cinemas com grande expectativa.
“Como você pôde?!” – A reação do público
O diretor contou que a reação do público ao ver um cachorro em perigo é intensa. “Na exibição mais recente, alguém sabia onde eu estava, olhou para mim e perguntou: ‘Como você pôde?!'”, relembrou Leonberg. A premissa de Good Boy explora justamente o clichê do “cachorro que sabe que a casa é mal-assombrada antes de todo mundo”.
O desafio de dirigir o próprio cachorro
Leonberg explicou que a ideia de filmar com seu cão, Indy, surgiu de forma orgânica. Primeiramente, ele fez um curta-metragem para um concurso. O curta ganhou um prêmio em dinheiro, o que financiou o início do longa. Indy, aliás, foi indicado a melhor ator no concurso, o que convenceu o diretor a usá-lo.
Trabalhar com seu próprio animal, no entanto, trouxe desafios únicos. A produção de Good Boy durou três anos. O motivo é que eles só tinham um “ator” canino, sem dublês. Além disso, a equipe precisou morar na casa usada como locação, em Nova Jersey. “Minha esposa, que é produtora do filme, topou. Um grande crédito a ela por estar disposta a morar em uma casa mal-assombrada por três anos”, disse o diretor.
A “atuação” e o Efeito Kuleshov
Conseguir uma “atuação” de um cachorro exigiu criatividade. Leonberg revelou uma de suas técnicas. Para uma cena em que Indy inclina a cabeça, olhando para um canto vazio, o diretor simplesmente deu um comando que o cão não conhecia: “letreiro de neon!”. A confusão natural do animal, combinada com a trilha sonora, criou uma cena de pura tensão.
“Isso é o efeito Kuleshov em ação”, explicou, em referência à técnica cinematográfica. Ele também contou que algumas das melhores cenas de Good Boy foram acidentes felizes, momentos em que Indy fez algo que não estava no roteiro, mas que pareceu “muito real”.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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