A série de ficção científica “Conquest”, que estava em desenvolvimento pela Netflix, enfrenta um destino incerto após seu diretor, Carl Erik Rinsch, ser acusado de desviar uma quantia milionária de dinheiro destinada à produção. O projeto, que foi vencido pela Netflix em um leilão competitivo em 2018, prometia um investimento considerável de cerca de US$ 61,2 milhões, concedendo ao diretor uma liberdade criativa e orçamentária quase total.
De acordo com informações obtidas pelo The New York Times, após a assinatura do contrato, o comportamento de Rinsch tornou-se questionável. Ele teria investido parte do dinheiro da Netflix no mercado de ações e em criptomoedas. Em 2020, a plataforma de streaming já teria desembolsado cerca de US$ 44,3 milhões para o diretor, sendo adicionados mais US$ 11 milhões posteriormente, apesar de várias metas de produção não serem alcançadas, e informações concretas sobre a primeira temporada não serem recebidas.
Segundo documentos do processo de divórcio de Rinsch, aproximadamente US$ 10,5 milhões foram transferidos para a conta pessoal do cineasta, sendo parte desse valor utilizado em apostas no mercado de ações, resultando em perdas significativas. Os restantes US$ 11 milhões foram investidos na criptomoeda Dogecoin, com Rinsch lucrando quase US$ 27 milhões após a liquidação dos tokens virtuais em um momento oportuno.
No entanto, parte desse lucro foi direcionado para compras pessoais, como seis carros, um relógio, móveis luxuosos e roupas, ao invés de ser investido na produção de “Conquest”. A Netflix decidiu interromper o financiamento do projeto em março de 2021, indicando que outras plataformas poderiam comprá-lo, mas teriam que reembolsar os valores investidos pela Netflix.
Até o momento, nenhum episódio da série foi finalizado ou entregue, e relatos sobre as gravações incluem condições de trabalho excessivas e negligência com a saúde da equipe. O caso está em estágio de mediação confidencial no sistema judicial norte-americano, com Rinsch processando a Netflix por violação de contrato e alegando que outros US$ 14 milhões lhe eram devidos por danos.
A Netflix negou as acusações, alegando que a entrega de valores estava condicionada ao cumprimento de metas de produção. A audiência judicial foi realizada em novembro de 2023, com uma decisão aguardada para o futuro. Curiosamente, a série contou com o investimento inicial de Keanu Reeves, antes de ser adquirida pela Netflix.