Joe Wright fala sobre a série histórica ‘M. Son of the Century’ no Festival de Cinema de Veneza

O diretor britânico Joe Wright, conhecido por “Darkest Hour”, está no Festival de Cinema de Veneza com a série M. Son of the Century, uma dramática recriação da ascensão de Benito Mussolini ao poder. Baseada no romance best-seller de Antonio Scurati, a série explora o surgimento do fascismo na Itália e será lançada na Sky em 2025, com vendas internacionais a cargo da Fremantle.

Relevância atual e abordagem inovadora

Em entrevista à Variety, Wright destacou a relevância da série em um momento de ascensão de líderes populistas globalmente. “Estou muito preocupado com a ascensão da extrema direita populista”, afirmou. Ele optou por uma abordagem narrativa inovadora, utilizando técnicas brechtianas para criar uma experiência crítica e reflexiva. A série combina elementos de Man With a Movie Camera e Scarface, com uma estética techno dos anos 90 para capturar a energia do período.

“Exploração. Exploração das preocupações legítimas da população que ele e os líderes totalitários subsequentes e líderes populistas de extrema direita abordam e então exploram. Eles pegam preocupações legítimas que muitas pessoas têm e usam medo e violência — se não violência física, então uma retórica violenta — nessa exploração”, contou sobre sua preocupação.

Trilha sonora techno e colaboração com Luca Marinelli

Wright explicou que a escolha da trilha sonora techno, criada por Tom Rowlands dos Chemical Brothers, visa transmitir a energia do fascismo emergente e atrair um público mais jovem. A colaboração com Luca Marinelli, que interpreta Mussolini, foi descrita como um dos maiores privilégios de sua carreira. “Luca é um dos maiores atores vivos hoje”, disse Wright, elogiando a profundidade e honestidade da interpretação.

Estética e influência do Cinecittà Studios

Grande parte da série foi filmada nos Cinecittà Studios de Roma, influenciando a estética visual da produção. Wright usou a colagem e uma abordagem artifical, misturando realidade e ficção para criar uma representação visceral dos eventos históricos. “Estamos apresentando a peça e dizendo que isso não é um documentário, mas algo baseado inteiramente em fatos”, concluiu.

M. Son of the Century promete uma abordagem única e provocativa sobre uma era turbulenta, mantendo a relevância e a ressonância com questões contemporâneas.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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