A diretora vencedora do Oscar, Emerald Fennell, falou pela primeira vez sobre sua já controversa adaptação do clássico da literatura “O Morro dos Ventos Uivantes”. Em um painel na Inglaterra, na última sexta-feira (26), a cineasta defendeu a abordagem erotizada vista no primeiro trailer e suas escolhas de elenco para os papéis de Cathy (Margot Robbie) e Heathcliff (Jacob Elordi), afirmando que sua intenção era capturar a sensação “primitiva e sexual” que teve ao ler o livro na adolescência.

Desde que o primeiro trailer foi lançado, o filme tem sido alvo de um intenso debate online, com parte do público criticando o que consideram um excesso de erotismo e a falta de fidelidade na escalação dos protagonistas.

Uma resposta ‘primitiva e sexual’ à obra original

Fennell, conhecida por filmes como Bela Vingança e Saltburn, argumentou que a sensualidade vista no trailer não é uma invenção sua, mas uma interpretação fiel à essência da obra de Emily Brontë. “Eu queria fazer algo que me fizesse sentir como me senti quando o li pela primeira vez, o que significa que é uma resposta emocional a algo. É, tipo, primitivo, sexual”, disse a diretora.

Ela rebateu as críticas de que o filme seria “erótico demais”, lembrando que o livro original foi um escândalo em sua época. “Há uma enorme dose de sadomasoquismo neste livro. Há uma razão para as pessoas terem ficado profundamente chocadas com ele [quando foi publicado]”, afirmou.

A defesa da escalação de Margot Robbie e Jacob Elordi

A diretora também defendeu com entusiasmo suas escolhas de elenco, que foram criticadas por não corresponderem às descrições físicas dos personagens no livro. Sobre Jacob Elordi, ela disse que o ator “era exatamente igual à ilustração de Heathcliff no primeiro livro que li”.

Já sobre Margot Robbie, que aos 35 anos interpreta uma personagem adolescente, Fennell explicou que precisava de uma atriz com um poder de estrela inquestionável, assim como Cathy. “Precisávamos de alguém como Margot, que é uma estrela, não apenas uma atriz incrível — mas alguém que tem um poder, um poder sobrenatural, um poder divino, que faz as pessoas perderem a cabeça. E é isso que Cathy representa para mim.”

Fidelidade ao diálogo original

Apesar das liberdades visuais e de elenco, a diretora garantiu que se manteve fiel às palavras de Emily Brontë. “Eu estava realmente determinada a preservar o máximo possível dos diálogos dela, porque os diálogos dela são os melhores de todos os tempos. Eu não conseguiria melhorá-los”, disse Fennell.

“O Morro dos Ventos Uivantes” tem estreia prevista para 14 de fevereiro, o Dia dos Namorados no hemisfério norte.

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