O Disney+ enfrentou uma queda significativa no primeiro trimestre de 2025, perdendo 700.000 assinantes, um reflexo dos aumentos de preços recentes e das mudanças nas políticas de compartilhamento de senhas. A Disney aumentou o preço da camada com anúncios de US$ 7,99 para US$ 9,99 e da assinatura sem anúncios de US$ 13,99 para US$ 15,99. Além disso, a empresa implementou um sistema de “Compartilhamento Pago”, restringindo o acesso a uma única residência, a menos que o assinante pague uma taxa adicional.

Ajustes de Preço e a Questão do Valor

Apesar de Bob Iger, CEO da Disney, tentar minimizar a perda de assinantes durante a teleconferência de resultados, afirmando que a rotatividade não foi tão grave quanto o esperado, o verdadeiro desafio do Disney+ não se resume apenas ao preço, mas sim ao valor oferecido. Os aumentos de preço só são justificáveis quando os assinantes sentem que o conteúdo vale o custo. No entanto, o Disney+ tem falhado em entregar conteúdo original de alto impacto, com muitas de suas franquias populares, como Star Wars e Marvel, tendo desempenhos abaixo das expectativas.

Desafios de Conteúdo Original: O Declínio das Franquias

O Disney+ se posicionou inicialmente como a plataforma para conteúdo exclusivo de grandes franquias como Marvel, Star Wars e Pixar. No entanto, programas como The Acolyte e Percy Jackson e os Olimpianos não conseguiram competir com o conteúdo de outras plataformas, como a Netflix. The Acolyte, por exemplo, teve uma grande estreia, mas perdeu público conforme a temporada avançava, resultando no episódio menos assistido da série. Por outro lado, Percy Jackson teve um desempenho comparável, mas ainda assim foi muito inferior ao que plataformas como a Netflix entregaram em termos de engajamento.

A Marvel também não está livre de críticas. Séries como Agatha All Along, Echo e Secret Invasion tiveram desempenhos abaixo do esperado, com números de audiência significamente menores do que os concorrentes. Isso levanta uma questão fundamental: por que os assinantes pagariam mais por um serviço de streaming que não está entregando conteúdo imperdível?

Comparação com a Concorrência

Ao contrário da Netflix, que tem uma abordagem mais ampla e diversificada, com produções em diversos gêneros, o Disney+ depende fortemente do sucesso de suas franquias. Quando esses projetos não têm o impacto esperado, os assinantes começam a questionar se ainda vale a pena manter a assinatura. Além disso, a crescente competição de serviços como Prime Video e Paramount+, que estão entregando conteúdo mais variado e atrativo, agrava a situação do Disney+.

Enquanto o Disney+ perdeu assinantes, o Hulu, que também é propriedade da Disney, ganhou 1,6 milhão de novos assinantes no mesmo período. Isso sugere que os consumidores ainda estão dispostos a pagar por serviços de streaming, mas não pelo Disney+ com o conteúdo atual oferecido pela plataforma.

O Futuro do Disney+

Com uma queda de assinantes no primeiro trimestre e outra esperada no próximo, a Disney precisa reconsiderar sua estratégia. Aumentar os preços sem entregar conteúdo de qualidade não é uma estratégia sustentável, especialmente em um mercado tão competitivo. O Disney+ precisa ir além do aumento de preços e da repressão ao compartilhamento de senhas. Para continuar relevante no cenário dos serviços de streaming, a plataforma precisa oferecer conteúdo de valor real e atrativo para seus assinantes. Caso contrário, a tendência de queda no número de assinantes pode continuar, prejudicando sua posição no mercado.

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