O ex-presidente Jair Bolsonaro teve que interromper seus compromissos em Goiás e retornar a Brasília na manhã desta sexta-feira, 20, após sofrer um mal-estar durante uma visita a um frigorífico em Goiânia. O episódio, marcado por náuseas e indisposição estomacal, acende um novo alerta sobre seu frágil estado de saúde, ocorrendo apenas dois meses após ele ser submetido a uma nova cirurgia abdominal. Por conta da situação, toda a agenda do político no estado, que incluía o recebimento de uma honraria e um almoço com apoiadores, foi cancelada.
De acordo com relatos, Bolsonaro chegou ao frigorífico por volta das 8h da manhã, mas permaneceu no local por apenas vinte minutos. Fontes que o acompanhavam descreveram o ex-presidente como “visivelmente debilitado”. Apesar do quadro, ele ainda fez uma breve participação em um churrasco com apoiadores antes de decidir retornar à capital federal, onde poderá receber acompanhamento médico caso os sintomas persistam. A indisposição, no entanto, não foi uma surpresa completa.
Sintomas já haviam sido relatados na véspera
Na quinta-feira, durante outros compromissos públicos em Goiás, o ex-presidente já havia dado sinais de que não estava bem. Em uma cerimônia, ele interrompeu seu discurso, visivelmente emocionado e com soluços, para relatar os problemas gástricos que vinha enfrentando. “Desculpa, estou muito mal. Vomito dez vezes por dia”, disse Bolsonaro na ocasião, preocupando os presentes e indicando que seu quadro de saúde já era delicado antes do mal-estar que o forçou a cancelar a agenda.
A recorrência de problemas gástricos é uma constante na vida do ex-presidente desde o atentado a faca sofrido em 2018, que resultou em múltiplas complicações e cirurgias. Este novo episódio se torna ainda mais relevante por sua proximidade com a mais recente intervenção médica.
O histórico cirúrgico e a internação em abril
O mal-estar desta sexta-feira ocorre pouco mais de dois meses após a última internação de Bolsonaro. Em abril deste ano, ele passou mal durante uma viagem a Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, e precisou ser transferido de helicóptero para um hospital em Natal. De lá, foi levado para Brasília, onde os médicos confirmaram um novo quadro de obstrução intestinal.
Para tratar o problema, a equipe médica realizou uma laparotomia exploradora, um procedimento cirúrgico que teve como objetivo liberar as aderências em seu intestino e reconstruir a parede abdominal. A cirurgia foi mais um capítulo na longa saga médica do ex-presidente. Agora, com este novo susto, as atenções se voltam novamente para sua recuperação e para a capacidade de manter o ritmo de viagens e compromissos públicos pelo país.