Dragon Age: Origins é um dos RPGs mais amados de todos os tempos e deu início a um universo rico e complexo. No entanto, o jogo quase não teve sequências. O ex-produtor executivo da BioWare, Mark Darrah, revelou que o estúdio criou o clássico de 2009 para ser um título único, sem planos para uma continuação.

Essa revelação surpreendente explica muitas das pontas soltas da trama do primeiro jogo. Além disso, a fala do produtor mostra como o sucesso comercial pode mudar completamente o destino de uma franquia.

Um universo de pontas soltas

Mark Darrah explicou a situação no canal do YouTube MrMattyPlays. Segundo ele, a decisão original de fazer um jogo independente teve grandes consequências criativas. Os roteiristas, por exemplo, se sentiram livres para introduzir muitas tramas grandiosas. Afinal, eles não precisariam resolvê-las no futuro.

“Você pode ver isso se jogar Dragon Age: Origins sabendo que ele foi pensado para ser independente”, disse o produtor. Ele, inclusive, deu exemplos claros. “Poderia haver lobisomens por todo o mundo. Poderia haver uma guerra civil acontecendo no subsolo de Orzammar.”

Tudo isso, porém, se tornou um desafio para a equipe. Quando o jogo virou um sucesso e a BioWare aprovou as sequências, os desenvolvedores tiveram um problema. “Quando voltamos, tivemos que nos recuperar disso”, admitiu Darrah, sobre a necessidade de lidar com as tramas que ficaram abertas.

Por que ‘Dragon Age’ continuou? Dinheiro.

A grande pergunta, então, é por que o jogo virou uma franquia. Mark Darrah respondeu de forma direta. “São basicamente questões financeiras, mais do que qualquer outra coisa”, explicou. Em outras palavras, o sucesso de Dragon Age: Origins foi tão grande que a continuação se tornou inevitável para a publisher, a EA. Desde então, a franquia passou a ser planejada com muito mais antecedência.

A ironia da decisão

A revelação de Darrah, no entanto, cria uma grande ironia para os fãs. A saga Dragon Age nasceu por motivos puramente financeiros. Contudo, na mesma entrevista, o produtor revelou que a BioWare tentou remasterizar a trilogia original. A EA rejeitou a ideia. Darrah, inclusive, chamou a recusa de uma atitude “contra dinheiro grátis”. Isso mostra, portanto, uma grande mudança na estratégia da publisher ao longo dos anos.

A história dos bastidores de Dragon Age oferece um olhar fascinante. Ela revela como as decisões de negócios podem moldar universos fantásticos, transformando o que era para ser um fim em um novo começo.

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