Após meses de expectativa, testes beta e acesso antecipado, o MMO de sobrevivência “Dune: Awakening” finalmente chegou para o público. Desenvolvido pela Funcom, o jogo ambientado no icônico e impiedoso planeta desértico de Arrakis teve um início de jornada tão perigoso quanto atravessar um território de vermes da areia: uma onda de críticas “majoritariamente negativas” no Steam, provocada por graves problemas nos servidores.

O caos inicial: servidores lotados e a frustração das filas

As primeiras horas do acesso avançado, nesta quinta-feira, 6 de junho, foram marcadas pela frustração. Jogadores relataram uma infraestrutura de servidores caótica, com dificuldades para se conectar com amigos e uma sensação de superlotação, mesmo em servidores listados com baixa população.

O cerne do problema, segundo as análises, reside na forma como a Funcom estruturou suas instâncias de servidor, chamadas de “Sietch” – um aceno às comunidades Fremen da lore de “Dune”. “A estrutura do servidor é um grande erro”, detalhou um jogador no Steam, explicando que cada Sietch, com capacidade para mais de 200 pessoas, permite apenas 60 jogadores ativos simultaneamente. “Você acaba esperando um dos outros 60 a 200 jogadores do seu Sietch sair antes de poder jogar”, concluiu. O resultado foi o pesadelo de qualquer jogador de MMO: longas filas e tempos de espera, um desafio comum, mas sempre frustrante, em lançamentos do gênero.

A virada do jogo: da areia movediça das críticas à solidez da jogabilidade

Contudo, como uma tempestade de areia que se dissipa, o cenário mudou drasticamente em menos de 24 horas. As avaliações no Steam passaram de “Majoritariamente Negativas” para “Muito Positivas” da noite para o dia. A mudança sugere que, uma vez superadas as barreiras de acesso, a experiência de jogo em si provou ser poderosa o suficiente para conquistar os jogadores.

A Funcom, que tem experiência em lançamentos turbulentos que se tornam sucessos duradouros, como “Conan Exiles”, parece ter apostado na força de sua jogabilidade principal. O amor pela exploração de Arrakis, pela complexa teia política e pela constante luta pela sobrevivência parece estar superando o ódio inicial pelo sistema de servidores.

O apelo de Arrakis: por que os jogadores estão ficando?

As críticas positivas, embora algumas ainda mencionem os problemas técnicos, focam nos elementos que tornam o universo de Frank Herbert tão cativante. “É bom”, escreveu um fã de forma sucinta e eloquente. Outro, apesar dos problemas, deixou uma avaliação positiva, explicando sua motivação: “Eu não odeio […] Estou aqui pela história, pela criação, pela exploração e pela construção da base”.

“Dune: Awakening” se passa em uma linha do tempo alternativa onde Paul Atreides não nasceu, permitindo aos jogadores forjar seu próprio caminho em um Arrakis volátil. 

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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