Em uma entrevista emocionante e reveladora ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo (28), Emma Heming Willis, esposa de Bruce Willis, abriu o coração sobre a luta do ator contra a demência frontotemporal (DFT). Ela descreveu a experiência de cuidar do marido como um processo “lento e doloroso” e um “longo adeus”, e revelou pela primeira vez qual foi o primeiro sintoma que a família observou: o retorno da gagueira que o astro havia superado na infância.
A conversa com a jornalista Renata Capucci foi um raro e profundo desabafo sobre a realidade de conviver com uma doença degenerativa e a jornada para encontrar força e apoio em meio à adversidade.
O primeiro sintoma: o retorno inesperado da gagueira
Na conversa, a modelo de 47 anos contou que os primeiros sinais da doença foram sutis. “A gente foi percebendo que tinha algo estranho na forma como o Bruce se comunicava”, relatou. O alerta mais claro, no entanto, foi o retorno de um problema antigo do ator. “Quando a gagueira voltou, eu jamais poderia imaginar que aquilo era um sinal”, confessou, emocionada.
O diagnóstico de Bruce Willis começou com afasia, uma condição que afeta a comunicação e que o levou a se aposentar da atuação em 2022. No ano seguinte, a família recebeu o diagnóstico definitivo e mais grave de demência frontotemporal.
A difícil jornada de aceitar ajuda
Emma também se abriu sobre as dificuldades de ser a principal cuidadora de um paciente com uma doença tão complexa. Ela admitiu que, no início, resistiu a aceitar ajuda externa, por acreditar que era sua responsabilidade cuidar de tudo sozinha.
“Eu queria resolver tudo sozinha. Eu pensava: o Bruce é meu marido, meu amor, só eu posso fazer isso. Eu era muito resistente à ideia de aceitar ajuda”, explicou. Com o avanço da doença, no entanto, ela entendeu que precisava de uma rede de apoio. “Com o tempo, você percebe que precisará de mais ajuda”, declarou.
A vida em casas separadas para o bem das filhas
Essa necessidade de mais ajuda levou à difícil decisão, já detalhada por Emma em seu novo livro, de mudar Bruce Willis para uma residência separada, totalmente adaptada às suas necessidades e com cuidadores 24 horas por dia. Ela explicou que a escolha, embora dolorosa, foi feita para preservar a rotina e o bem-estar de suas filhas com o ator, Mabel, de 13 anos, e Evelyn, de 11.
“O papai gostaria que vocês pudessem brincar, receber amigas e ter mais liberdade”, disse ela às filhas, conforme relatou em seu livro. A nova casa do ator, próxima à da família, foi preparada para que as meninas possam visitar e passar o tempo que quiserem com o pai, mantendo o laço familiar forte em meio a essa “jornada inesperada”.