A Electronic Arts (EA) confirmou que, por enquanto, não irá aderir à controversa tendência de aumentar o preço base de seus grandes lançamentos para US$ 80. Em uma teleconferência com investidores nesta quarta-feira (30), o CEO da empresa, Andrew Wilson, declarou que a EA não tem planos de alterar sua estratégia de preços, citando o sucesso de seu modelo de negócios, que já oferece uma ampla gama de produtos, do gratuito ao premium.

A declaração é uma resposta direta a um debate que tem esquentado na indústria, especialmente após a Microsoft anunciar e, em seguida, recuar da decisão de cobrar US$ 80 pelo jogo The Outer Worlds 2.

“Não há mudanças drásticas planejadas”

Questionado sobre a posição da EA no debate de preços, com foco em lançamentos futuros como Battlefield 6, Wilson foi claro. “Não pretendemos fazer nenhuma alteração nos preços neste momento, mas isso se deve ao fato de já oferecermos um esquema de preços bastante amplo para nossos diversos produtos”, respondeu.

Ele explicou que a estratégia da empresa é “capturar todo o espectro de preços”, desde jogos gratuitos (free-to-play) até produtos premium com edições de luxo, como o próximo EA Sports FC 26, que terá uma versão padrão de US$ 70 e uma Edição Ultimate de US$ 100. “Continuaremos buscando oportunidades para oferecer ótimo valor aos nossos jogadores […], mas ainda não há mudanças drásticas planejadas”, concluiu.

O foco no “valor vitalício” do jogador

O diretor financeiro (CFO) da EA, Stuart Canfield, complementou a resposta, explicando a lógica de negócios por trás da decisão. Segundo ele, como a receita da EA com “serviços ao vivo” (microtransações em jogos como EA FC e Apex Legends) é extremamente saudável, o foco da empresa é construir uma grande base de jogadores e continuar a monetizá-la a longo prazo.

Para a EA, é mais vantajoso manter o preço de entrada de US$ 70 e lucrar com o “valor vitalício” do cliente (LTV), em vez de arriscar afastar potenciais compradores com um preço inicial mais alto.

A instabilidade do preço de US$ 80

A posição da EA traz uma certa estabilidade ao mercado, em um momento de incerteza. A Microsoft, principal concorrente da Sony no mercado de consoles, anunciou em maio que planejava começar a cobrar US$ 80 por seus jogos. No entanto, após uma forte reação negativa da comunidade à notícia de que The Outer Worlds 2 seria o primeiro com o novo preço, a empresa voltou atrás na semana passada, mantendo o valor em US$ 70.

A decisão da EA de se manter no patamar de US$ 70 por enquanto é uma boa notícia para os jogadores e coloca pressão sobre outras grandes publishers que possam estar considerando um aumento no futuro próximo.

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