O futuro dos jogos: liberdade, IA e novas formas de interação
Nos últimos 25 anos, os jogos passaram por uma revolução gráfica, com melhorias incríveis em detalhes visuais e realismo. Mas o que vem a seguir? Para John Epler, diretor criativo do novo Dragon Age: The Veilguard, a evolução gráfica pode não ser o foco principal nos próximos 25 anos. Segundo ele, o futuro dos games está em oferecer mais liberdade aos jogadores e equilibrar essa liberdade com conteúdo de autoria.
“Existe sempre a tentação de dizer que será uma mudança tecnológica, mas em um determinado momento chegamos a um ponto em que não podemos melhorar os gráficos. Definitivamente, trata-se de encontrar o equilíbrio entre a liberdade do jogador e o conteúdo de autoria. Para mim, esse é o desafio mais interessante. Como você consegue dar liberdade aos jogadores em seu mundo, liberdade nesse espaço?”
Liberdade dos jogadores versus conteúdo de autoria
Epler aponta que, embora os gráficos tenham sido o principal motor de inovação, estamos chegando a um ponto onde as melhorias visuais podem se estabilizar. O verdadeiro desafio será encontrar formas de dar aos jogadores mais controle sobre o mundo do jogo, sem perder o toque humano que torna essas experiências especiais. Ele vê o potencial da tecnologia futura em ajudar a criar conteúdo mais dinâmico e imersivo, mas sem depender apenas da geração procedural, que às vezes pode tirar a autenticidade das experiências criadas manualmente.
Mesmo em jogos que já oferecem certa liberdade, como Red Dead Redemption 2, Zelda: Tears of The Kingdom e Elden Ring, ainda existem limitações no que os jogadores podem fazer. A visão de Epler para o futuro é que essas limitações diminuam, proporcionando uma experiência mais aberta e pessoal.
IA e novas tecnologias transformando a criação de jogos
Outros desenvolvedores compartilham suas previsões para o futuro dos games. Shinji Mikami, criador de Resident Evil e The Evil Within, acredita que a Inteligência Artificial terá um papel central na criação de jogos, moldando não apenas personagens, mas todo o processo de desenvolvimento.
Naoki Yoshida, produtor de Final Fantasy XIV e XVI, tem uma visão ainda mais radical, afirmando que quase tudo o que conhecemos sobre jogos hoje pode desaparecer. Para ele, a transformação será tão profunda que os conceitos atuais de gameplay e narrativa podem se tornar obsoletos.
Suda51, conhecido por sua visão excêntrica, imagina um futuro com consoles como o PlayStation 30, mas acredita que, ao invés dos consoles tradicionais, poderíamos ter “parasitas” integrados aos nossos corpos, tornando a experiência de jogo algo completamente diferente do que conhecemos hoje.
Por outro lado, Yuji Hori, criador de Dragon Quest, prevê que os jogos poderão “sair da tela” em 25 anos, sugerindo que a interação com os jogos pode se tornar mais física e envolvente.
Reflexão sobre o futuro dos jogos
Em 1999, jogos como Shenmue no Dreamcast eram considerados o ápice do realismo. Hoje, qualquer jogo de grande produção atinge um nível de fidelidade gráfica impressionante. Mas à medida que o tempo passa, a nostalgia também se torna um fator importante para os jogadores. Talvez, daqui a 25 anos, ao passar dos 60, muitos de nós preferiremos revisitar os jogos de nossa juventude, enquanto a indústria continua a explorar novas fronteiras.
E você, quais são suas expectativas para o futuro dos jogos? Compartilhe sua visão e vamos continuar essa discussão sobre o que está por vir na próxima era dos videogames.