No dia da estreia mundial de Superman, um antigo Homem de Aço lançou uma “criptonita” da guerra cultural contra a nova versão do herói, dirigida por James Gunn. O ator Dean Cain — que estrelou a popular série dos anos 1990, Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman — criticou duramente o que ele percebe como uma politização do personagem e a mudança de seu famoso lema de “verdade, justiça e o jeito americano”.
Em uma entrevista ao site TMZ, Cain questionou a necessidade de modernizar o personagem para se adequar aos tempos atuais. “Quão descolada Hollywood vai fazer esse personagem? […] Por que eles vão mudar esses personagens para que eles existam para a época?”, perguntou o ator.
O “jeito humano” vs. o “jeito americano”
A principal queixa de Cain é a mudança no lema do herói, que em materiais de divulgação do novo filme teria trocado o “jeito americano” pelo “jeito humano”. “Para o Superman, era ‘verdade, justiça à maneira americana’. Bem, eles abandonaram isso… Não acho que seja uma ótima ideia”, afirmou. “Acho que se você quer criar um novo personagem, vá em frente e faça isso. Mas, para mim, o Superman sempre representou o ‘jeito americano’”.
O ator, de 58 anos, também endossou uma piada do apresentador da Fox News, Jesse Watters, que sugeriu que a capa do Superman agora deveria ter “MS-13” — o nome de uma gangue salvadorenha. Cain elogiou os “ótimos comentários políticos” do apresentador e usou o gancho para fazer críticas às políticas de imigração. “Tem que haver limites, porque não podemos ter todos aqui nos Estados Unidos… nossa sociedade irá fracassar”, disse.
A visão de James Gunn: uma história sobre “bondade”
A crítica de Dean Cain parece ser uma reação direta a uma entrevista recente de James Gunn ao Times UK, na qual o diretor explicou a mensagem de seu filme. “Quer dizer, o Superman é a história da América”, disse Gunn na ocasião. “Um imigrante que veio de outros lugares […], mas para mim é principalmente uma história que diz que a gentileza humana básica é um valor e algo que perdemos”.
Gunn também se antecipou a possíveis críticas de certos grupos. “Obviamente, haverá idiotas por aí que simplesmente não são gentis e vão achar isso ofensivo só porque é sobre bondade. Mas que se danem…”, declarou o diretor.
O filme real vs. a guerra cultural
É importante notar que as críticas de Dean Cain são baseadas em entrevistas e materiais de marketing, e não no filme em si, que ele provavelmente não assistiu. As primeiras reações da crítica especializada, que já viu o longa, apontam para uma direção oposta à preocupação de Cain.
O jornal USA Today, por exemplo, aponta que, “embora Gunn não exagere com questões políticas, ele certamente enfatiza a ideia de que a gentileza é o superpoder que todos deveríamos usar regularmente”.