Em um recado que busca alinhar as expectativas de jogadores e do mercado, o novo co-CEO da Sony Interactive Entertainment (SIE), Hermen Hulst, afirmou que a chegada de jogos exclusivos do PlayStation ao PC não é uma garantia. Segundo o executivo, a empresa adota uma abordagem “muito comedida e deliberada”, e a decisão de portar um título é uma questão de “se”, e não de “quando”.
A filosofia “comedida e deliberada” para os portes de PC
A declaração foi feita durante um “Fireside Chat”, um bate-papo da Sony com investidores, nesta sexta-feira, 13 de junho. Questionado sobre a estratégia da empresa para outras plataformas, Hulst, que agora lidera o grupo de negócios dos estúdios, explicou a visão por trás dos lançamentos para PC.
“Estamos continuamente explorando novas maneiras para os jogadores interagirem com suas franquias”, disse. “É importante perceber que estamos realmente pensando em trazer nossas franquias para fora dos consoles para alcançar novos públicos, e que estamos adotando uma abordagem muito comedida e deliberada ao fazer isso.”
Para a Sony, a prioridade continua sendo o ecossistema PlayStation. “Particularmente no modo single-player, nossos títulos de destaque são um grande diferencial para o console PlayStation”, continuou Hulst. “Eles são verdadeiras vitrines do desempenho, da qualidade do hardware, então queremos garantir que os jogadores tenham a melhor experiência com esses títulos [no console]. Pensamos muito bem em como e se levaremos esses títulos para outras plataformas.”
O sucesso estrondoso de “Stellar Blade” e a visão de “imprimir dinheiro”
A postura cautelosa de Hulst contrasta com o sucesso estrondoso que a Sony tem encontrado no PC. O exemplo mais recente é “Stellar Blade”, que, em seu lançamento nesta semana, se tornou o maior lançamento de um jogo single-player da PlayStation na história da Steam, com mais de 100.000 jogadores simultâneos.
O sucesso valida a visão de outra figura importante da Sony, o ex-executivo Shuhei Yoshida. Anos atrás, antes de a estratégia se tornar popular internamente, Yoshida já defendia a ideia, afirmando que portar jogos para o PC era “quase como imprimir dinheiro”. Ele citava a oportunidade de alcançar jogadores em regiões onde os consoles não são tão populares como um dos principais motivos.
A qualidade dos portes da Sony também é um fator. Jogos como “God of War” e “Ghost of Tsushima” chegaram ao PC com uma série de melhorias e recursos específicos, como suporte a monitores ultrawide, corroborando a fala de Hulst de que, quando um jogo é portado, a intenção é oferecer uma experiência de alta qualidade.
O que o futuro reserva para os jogadores de PC?
A mensagem de Hermen Hulst é clara: não espere que o próximo grande sucesso do PlayStation 5 chegue ao PC imediatamente após seu lançamento no console. A estratégia da Sony parece ser a de manter uma janela de exclusividade de, no mínimo, um a dois anos, usando o console como a plataforma principal e de estreia para suas maiores experiências narrativas.
O PC é visto como um mercado secundário importante, uma forma de dar uma sobrevida comercial aos jogos, alcançar novos públicos e, claro, gerar uma receita adicional significativa. Portanto, embora o sucesso de títulos como “Stellar Blade” e “Helldivers 2” seja inegável, a filosofia da Sony permanece: o PlayStation continua sendo o lar principal de suas grandes franquias, e a chegada delas ao PC, embora provável para muitos títulos, nunca será uma garantia.