A família do cantor e compositor Arlindo Cruz confirmou, em um comunicado oficial nas redes sociais, a morte do artista aos 66 anos, nesta sexta-feira (8). O sambista, um dos maiores ícones do gênero no Brasil, faleceu após uma longa e corajosa batalha de oito anos contra as sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Na nota, a família celebrou o legado do artista, descrevendo-o como um “poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria”.
O comunicado oficial da família
“Com imenso pesar, a família e a equipe de Arlindo Cruz comunicam seu falecimento”, inicia o texto. “Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, […] que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho. Sua voz, suas composições e seu sorriso permanecerão vivos na memória e no coração de milhões de admiradores.”
A família também agradeceu ao público pelo apoio. “Agradecemos profundamente todas as mensagens de carinho, orações e gestos de apoio recebidos ao longo de sua trajetória e, especialmente, neste momento de despedida. […] Arlindo parte deixando um legado imenso para a cultura brasileira”, conclui o comunicado.
O mestre do samba e do cavaquinho
Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu no Rio de Janeiro, em 14 de setembro de 1958, e se tornou uma figura fundamental na história do samba moderno. Começou a tocar cavaquinho na infância e, mais tarde, frequentou a roda de samba do bloco Cacique de Ramos, um dos maiores celeiros de talentos do gênero. Lá, tocou ao lado de lendas como Beth Carvalho, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho.
Seu talento o levou a integrar o lendário grupo Fundo de Quintal, no qual permaneceu por 12 anos e ajudou a revolucionar a sonoridade do samba. Após deixar o grupo, iniciou uma carreira solo de grande sucesso.
Um legado de mais de 550 canções
Como compositor, Arlindo Cruz foi um dos mais prolíficos e geniais de sua geração, com mais de 550 músicas gravadas por diversos artistas, incluindo os maiores nomes do samba e da MPB. Em 2023, sua imensa contribuição à cultura foi celebrada na Marquês de Sapucaí, quando ele se tornou o tema do samba-enredo de sua escola de coração, o Império Serrano.
A partida de Arlindo Cruz deixa um vazio irreparável na música brasileira, mas seu legado, gravado em centenas de canções imortais, garante que sua poesia e seu ritmo continuarão a ecoar por gerações.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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