Vitória Drumond Medeiros, filha de Geraldo Medeiros Júnior, piloto que comandava o avião no trágico acidente que vitimou a cantora Marília Mendonça em 2021, quebrou o silêncio sobre uma polêmica envolvendo a família da artista. Em um desabafo nas redes sociais, a jovem confirmou a informação, que circulava como boato, de que a mãe de Marília, Dona Ruth, solicitou 50% do valor do seguro da aeronave, e classificou a decisão final do acordo como “injusta”.
“Vamos conversar uma coisa aqui rapidinho. […] Esse negócio do seguro do avião”, começou Vitória. Ela explicou que a apólice previa o valor de um milhão de dólares a ser repartido entre as cinco vítimas do acidente. No entanto, a divisão não foi igualitária. “A parte da Marília Mendonça pediu 50% disso. E para mim não foi justo”, declarou.
O acordo “injusto” e a divisão do seguro
A filha do piloto explicou seu ponto de vista, afirmando que a apólice era um seguro por morte, e não por outros fatores, e que, portanto, deveria ser dividida de forma igualitária entre os beneficiários de todas as vítimas. “Todas as vidas valem igual, independente de quem foi na Terra”, argumentou, em um dos trechos mais fortes de seu relato.
Ela também apontou a diferença na necessidade financeira entre as famílias. “Eu fui contrária a essa decisão porque, para mim, não era justo, até porque eu acho que a parte da Marília era a que mais tinha dinheiro ali, sabe? As outras famílias tinham menos, precisavam mais”, disse. “Na minha casa, o provedor foi embora, que era meu pai. […] Esse dinheiro ia ajudar muito cada uma das famílias”, lamentou.
As consequências pessoais e a decisão de ceder
Vitória revelou que a decisão financeira teve um impacto direto em sua vida. “Eu, por exemplo, deixei de fazer medicina na Argentina porque estava ficando insustentável. Estava muito caro lá por causa do câmbio, então voltei para o Brasil para tentar fazer a Federal, que é gratuita”, contou.
Ela explicou que, apesar de sua forte oposição ao acordo, acabou cedendo para evitar que o processo se arrastasse na Justiça por anos e para não prolongar o conflito familiar que já estava se formando. “Essa decisão estava se postergando, senão iria para a Justiça. […] E então uma hora eu cedi também, porque fui contrária bastante tempo”, afirmou.
Confirmando o “boato”
A jovem fez questão de dizer que decidiu falar para esclarecer que a história não era apenas um boato. “Isso foi verídico, isso eu passei, foi um processo”, disse. “Não acho justo, mas aconteceu, foi assim. Que bom que dividiu, que bom que não está na justiça, porque isso poderia demorar 10 anos”, concluiu, em um tom de conformidade, mas ainda com um claro sentimento de injustiça.