“O Maníaco do Parque”: um retrato respeitoso das vítimas
O filme “O Maníaco do Parque”, dirigido por Mauricio Eça, estreou nesta sexta-feira, 18 de outubro, no Prime Video, e tem como foco a história das vítimas do serial killer Francisco de Assis Pereira, notório por seus crimes em São Paulo nos anos 90. Em entrevista ao Terra Entre Telas, Eça afirmou que o objetivo do longa é tratar a narrativa com o devido respeito, tanto pelas vítimas quanto pelos envolvidos na tragédia.
O diretor enfatizou que a equipe buscou evitar a exploração gráfica dos eventos, destacando a importância de abordar a dor e o sofrimento das vítimas de maneira sensível. “A gente parte de escolhas que realmente não são simples, de ter muito respeito pela história e, principalmente, pelos envolvidos, inclusive as vítimas que não estão aqui entre nós”, declarou Eça.
Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, foi condenado a mais de 200 anos de prisão pela morte de sete mulheres, embora ele tenha confessado ter assassinado 11 e ter sido responsável por 23 ataques. Os crimes ocorreram em 1998, e as vítimas, com idades de até 24 anos, foram atacadas no Parque do Estado, na zona sul de São Paulo. A condenação abrange sete vítimas, mas uma delas permanece não identificada.
Conheça as vítimas
As seis vítimas conhecidas do Maníaco do Parque foram:
- Raquel Mota Rodrigues: Vendedora de 23 anos, desapareceu em janeiro de 1998 após buscar emprego. Seu corpo foi encontrado em 29 de janeiro, e ela havia sido atraída pelo assassino com a promessa de trabalho como modelo.
- Isadora Fraenkel: Com apenas 19 anos, desapareceu em 10 de fevereiro de 1998. Seu corpo foi encontrado seis meses depois, em estado avançado de decomposição. O assassino utilizou uma folha de cheque dela para comprar um capacete, alegando que eram namorados, fato negado pela família.
- Patrícia Gonçalves Marinho: Aos 24 anos, Patrícia desapareceu em 17 de abril de 1998. Trabalhava como vendedora e sonhava em ser modelo. O criminoso a atraiu se passando por “caça-talentos”. Seu corpo foi encontrado em 28 de julho.
- Elizângela Francisco da Silva: Elizângela tinha 21 anos e desapareceu em 9 de maio de 1998. Seu corpo foi localizado no Parque do Estado em 28 de julho, sendo identificada através da reidratação de sua impressão digital preservada pelo solo úmido.
- Rosa Alves Neta: Telefonista de 21 anos, desapareceu em 24 de maio de 1998. Seu corpo foi encontrado em 9 de julho, e Francisco confessou tê-la estrangulado. Ela foi abordada no Parque Ibirapuera.
- Selma Ferreira Queiroz: Selma tinha 18 anos e desapareceu em 3 de julho de 1998. Moradora de Cotia e estudante, seu corpo foi encontrado no dia seguinte no Parque do Estado.
Denúncias de violência contra a mulher
A história contada no filme também serve como um alerta para a violência contra a mulher, um problema persistente e grave na sociedade. É fundamental que qualquer ato de agressão seja denunciado. Se você presenciar ou souber de casos de violência contra mulheres, denuncie ligando para os números 190 ou 180, ou procure uma delegacia, seja comum ou especializada. A luta contra a violência de gênero é uma responsabilidade coletiva, e cada denúncia pode ajudar a salvar vidas.