O julgamento por tráfico sexual do magnata da música Sean “Diddy” Combs teve um novo e chocante capítulo nesta sexta-feira (20), quando a promotoria apresentou ao júri fotos do que foi encontrado durante as buscas do FBI em suas mansões. As imagens revelaram um arsenal de armas, drogas e um estoque impressionante de óleo de bebê e lubrificantes — alguns armazenados em caixas com controle de umidade, semelhantes a umidificadores de charutos. As evidências pintam um retrato do estilo de vida do rapper, que, segundo as acusações, era marcado por festas movidas a drogas e sexo.
As fotos, obtidas nas operações realizadas em março de 2024 nas propriedades de Combs em Los Angeles e Miami, foram exibidas pela primeira vez no tribunal. Os registros mostram cerca de 200 frascos de óleo de bebê e 900 frascos de lubrificante espalhados pela casa, inclusive no quarto do produtor. Além disso, foram encontradas várias caixas de sapatos de salto plataforma, comumente usados por dançarinas exóticas, lingeries e diversas sacolas contendo narcóticos.
O arsenal para as “festas de surra”
Segundo a promotoria, os itens não estavam ali por acaso. Eles seriam parte da estrutura utilizada para realizar as infames “festas de surra” (“freak off parties”) promovidas por Diddy. O material apresentado no tribunal busca corroborar os depoimentos de testemunhas, que descreveram os eventos como maratonas de sexo selvagem e regadas a drogas, onde o produtor atuava como um “voyeur”.
O elo mais forte é com o depoimento explícito dado no mês passado por sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura. Ela relatou ao júri que Combs a introduziu a esses eventos quando ela tinha 22 anos e que as festas ocorriam semanalmente, podendo durar até quatro dias. Cassie detalhou que grandes quantidades de óleo de bebê eram usadas em encontros sexuais que ela era forçada a ter com acompanhantes, enquanto Diddy assistia e se masturbava.
A prisão em Nova York e o uso de pseudônimo
Os promotores também relembraram as circunstâncias da prisão de Combs, ocorrida em 16 de setembro de 2024, em um hotel de Nova York. Na ocasião, as autoridades encontraram em sua posse mais frascos de óleo de bebê, cetamina rosa (uma droga sintética) e US$ 9.000 em dinheiro.
Para reforçar a tese de um comportamento premeditado e dissimulado, foram apresentados frascos de remédios controlados encontrados no quarto. Um deles, de Clonazepam, estava prescrito em nome de “Frank Black”, um pseudônimo que, segundo Cassie e um ex-assistente, era frequentemente usado por Combs. Outro frasco teve o nome do paciente raspado.
Sean Combs, de 55 anos, se declarou inocente das acusações de tráfico sexual, extorsão e transporte para fins de prostituição. Se condenado por todos os crimes, ele pode enfrentar uma pena de prisão perpétua. O julgamento continua, com a promotoria usando as novas evidências físicas para tentar provar que as alegações das vítimas são verdadeiras.
