A suspensão por tempo indeterminado do programa de Jimmy Kimmel na ABC pode ser mais do que uma simples resposta a um monólogo controverso. Segundo uma nova reportagem do site Page Six, o futuro do apresentador na emissora já era incerto antes mesmo da polêmica sobre Charlie Kirk. Fontes da publicação afirmam que o contrato de Kimmel está a poucos meses do fim, e a Disney, dona da ABC, poderia estar usando a crise como uma oportunidade para encerrar sua longa parceria com o comediante.
A situação é complexa e envolve uma teia de interesses que inclui a relutância da Disney em entrar em uma nova “guerra” com Donald Trump, a lealdade de executivos, a pressão de afiliadas e a própria vontade do apresentador, que já foi visto se reunindo com um advogado de peso em Hollywood.
Contrato no fim e o ‘timing’ da crise
De acordo com o Page Six, o contrato multimilionário de Jimmy Kimmel, 57 anos, com a Disney estava prestes a entrar em fase de renegociação no final deste ano. Fontes do site sugerem que a ABC poderia estar se preparando para não renovar com o apresentador após a atual temporada. A polêmica, portanto, teria vindo em um momento conveniente.
Uma fonte próxima à situação afirmou que o CEO da Disney, Bob Iger, “não quer entrar em guerra com Donald Trump agora, assim como ele estabilizou a Disney”, sugerindo que a postura combativa de Kimmel contra o presidente seria um problema para a empresa.
A lealdade de executivos e a briga por um ‘mega pagamento’
Apesar dos rumores de que a Disney estaria buscando uma saída, a situação é mais complicada. Kimmel é amigo próximo da co-presidente da Disney Entertainment, Dana Walden, que, segundo fontes, “jamais o demitiria”. Teria sido ela, inclusive, a responsável por dar a notícia da suspensão ao apresentador na quarta-feira.
Na quinta-feira, um dia após a suspensão, Kimmel foi visto em Los Angeles se encontrando com o renomado advogado Karl Austen, que representa grandes nomes de Hollywood. A reunião alimenta a especulação de que, independentemente do desfecho, o apresentador pode estar se preparando para buscar um “mega pagamento” da ABC pela quebra de seu contrato ou por um acordo de saída.
A pressão crescente das afiliadas e a postura de Kimmel
Enquanto a Disney e Kimmel negociam nos bastidores, a pressão externa continua a aumentar. A Sinclair, outro gigante grupo de emissoras, se juntou à Nexstar na revolta das afiliadas e divulgou uma “lista de exigências” para que o programa volte ao ar.
No centro de tudo, no entanto, está a postura irredutível de Jimmy Kimmel. Fontes do Deadline afirmaram que o apresentador “não está disposto a se desculpar por seus comentários”, pois sente que sua fala foi grosseiramente tirada de contexto. Essa recusa em se retratar cria o impasse que forçou a Disney a tirá-lo do ar e que agora definirá o futuro de um dos programas mais longevos da TV americana.