Gigantes como Disney, Warner e Paramount reduzem iniciativas de DEI em meio ao novo cenário político
A indústria do entretenimento nos Estados Unidos está reavaliando seus esforços em Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) após a reeleição de Donald Trump. A pressão política levou empresas como Warner Bros. Discovery (WBD), Disney, Paramount e Amazon a recuarem em programas voltados à representatividade.
📌 Resumo das mudanças recentes:
✅ A Warner Bros. Discovery removeu seu “Diversity Digest” e compromissos com DEI de sua página oficial.
✅ A Disney encerrou a iniciativa Reimagine Tomorrow, que promovia histórias de minorias sub-representadas.
✅ A Paramount e a Amazon reduziram ações que integravam DEI às contratações e promoções.
Trump pressiona empresas e investigações são abertas
A movimentação das empresas ocorre em meio a ameaças de investigações contra programas de diversidade. Em fevereiro, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) abriu um inquérito contra a Comcast, dona da NBCUniversal e MSNBC, alegando possível “discriminação” sob o pretexto da inclusão.
📢 “O bullying está fazendo com que muitas empresas reavaliem”, afirmou Vernā Myers, ex-chefe de inclusão da Netflix.
Trump tem intensificado sua retórica contra iniciativas de DEI, e o medo de investigações civis e criminais levou conglomerados a revisarem suas estratégias.
Disney vira símbolo da “guerra cultural”
A decisão da Disney de encerrar seu programa de diversidade foi celebrada por grupos conservadores. A organização America First Legal, que desafia políticas de inclusão corporativa, considerou a mudança uma vitória.
📢 “A Disney finalmente recuou depois de anos tratando as pessoas de forma diferente com base em características como raça e sexo”, disse Will Scolinos, advogado do grupo.
Entretanto, ativistas da diversidade acreditam que a decisão pode ser mais uma tentativa de reduzir o impacto político do que um abandono completo das políticas de inclusão.
Preocupação nos bastidores de Hollywood
No NAACP Awards, evento que celebra a representatividade negra na mídia, o clima foi de preocupação e incerteza. A vice-presidente Kamala Harris tentou incentivar o público:
📢 “A história americana será escrita por vocês, por nós — o povo.”
A atriz Laverne Cox também expressou indignação com a situação:
📢 “Nossos representantes só estão trabalhando para enriquecer a si mesmos e as corporações. Eles não dão a mínima para nós.”
Empresas podem substituir DEI por termos mais vagos
Especialistas acreditam que, para evitar problemas legais, as empresas não abandonarão completamente a diversidade, mas adotarão abordagens mais discretas.
📢 “Se uma empresa disser que está apenas garantindo igualdade de oportunidades, provavelmente estará segura. Mas se falarem em contratar uma porcentagem específica de minorias, terão dificuldades”, explicou Jared Slater, advogado trabalhista.
Enquanto algumas ações, como os Programas de Desenvolvimento de Diretores de Televisão, são protegidas por acordos sindicais, outras podem desaparecer.
📢 “Haverá muita autocensura”, prevê Joslyn Barnes, produtora de Nickel Boys.
A diversidade ainda é um diferencial competitivo
Apesar da pressão política, analistas acreditam que a diversidade continuará sendo essencial para a competitividade das empresas.
📢 “É impossível para os estúdios se afastarem completamente do trabalho de inclusão”, afirmou Vernā Myers.
Para Stacy Smith, da Annenberg Inclusion Initiative, o maior risco não vem do governo, mas do público:
📢 “É o público que os executivos deveriam temer mais.”
O impacto dessas mudanças no conteúdo produzido pelos estúdios ainda está por vir, mas a batalha pela inclusão na indústria do entretenimento está longe de terminar.