Imagens no estilo Studio Ghibli criadas por IA viralizam e geram debate sobre direitos autorais

Explore a nova febre das imagens de Studio Ghibli geradas por IA e como isso atraiu milhões de novos usuários.
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Reprodução

Nos últimos dias, imagens geradas por Inteligência Artificial (IA) no estilo dos filmes do Studio Ghibli tomaram conta da internet, impulsionadas por um novo recurso do ChatGPT. A novidade foi um sucesso instantâneo e atraiu 1 milhão de novos usuários em apenas uma hora, conforme anunciado pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, na segunda-feira (31/3).

A febre cresceu ainda mais quando, por volta das 21h30 do mesmo dia, Altman confirmou que todos os usuários gratuitos agora teriam acesso ao gerador de imagens da plataforma – antes restrito a um número limitado de criações por dia.

Debate sobre direitos autorais e ética na IA

A popularização dessas imagens trouxe à tona uma questão polêmica: o uso da estética de artistas e estúdios sem consentimento. Mais de 400 atores, cineastas e músicos já se manifestaram contra a OpenAI, acusando a empresa de tentar enfraquecer as proteções legais em favor do treinamento de suas IAs.

Embora o Studio Ghibli não tenha feito um pronunciamento oficial, uma declaração antiga de seu fundador, Hayao Miyazaki, voltou a circular. Em 2016, ele expressou “total repulsa” ao ver um vídeo criado por IA e declarou:

“Sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida.”

O meticuloso processo artístico do Studio Ghibli

Diferente das criações instantâneas feitas por IA, o Studio Ghibli é conhecido por seu rigoroso processo de animação, que combina desenho tradicional à mão e atenção meticulosa aos detalhes. Algumas de suas produções levaram anos para serem concluídas, como “O Conto da Princesa Kaguya”, que demorou oito anos para ser finalizado. Em média, os filmes do estúdio levam de dois a três anos para ficarem prontos.

OpenAI se posiciona sobre a polêmica

A OpenAI reconheceu que o uso de estilos de terceiros é uma questão sensível, mas justificou que permitiu estilos inspirados em estúdios amplos, como o do Studio Ghibli, para dar mais liberdade criativa aos usuários.

Entretanto, a enorme demanda fez com que a empresa precisasse limitar o uso do gerador de imagens. No dia 27 de março, Altman anunciou um limite temporário de três imagens por dia para usuários gratuitos, devido à sobrecarga nos servidores.

“É super divertido ver as pessoas amarem imagens no ChatGPT. Mas nossas GPUs estão derretendo. Vamos introduzir temporariamente alguns limites enquanto trabalhamos para torná-lo mais eficiente. Espero que não demore muito!”, declarou o CEO.

Mesmo sem divulgar números exatos, Altman relembrou que o ChatGPT já havia impressionado o mundo ao atingir 1 milhão de usuários em apenas cinco dias após seu lançamento em 2022. Agora, com a febre das imagens de IA, o impacto da ferramenta no futuro da arte digital segue sendo um tema quente de debate.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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