A escola de samba Império Serrano, uma das mais tradicionais do Rio de Janeiro, publicou uma nota de pesar emocionante para lamentar a morte de Arlindo Cruz, ocorrida nesta sexta-feira (8). O sambista, que foi um dos maiores e mais vitoriosos compositores da história da agremiação, foi homenageado como um “filho ilustre da nossa coroa imperial”.

“O Império Serrano lamenta, com imenso pesar e profunda dor, o falecimento de Arlindo Cruz, aos 66 anos, um dos maiores nomes da história do samba”, inicia o comunicado. “Mesmo afastado dos palcos nos últimos anos, sua força, resistência e fé emocionaram o Brasil e inspiraram milhões, assim como seu talento, sua alegria e sua devoção ao samba sempre nos encantaram.”

“Parte da alma do Império Serrano”

A nota da escola de Madureira exalta a profunda ligação de Arlindo com a agremiação. “Arlindo Cruz é parte da alma do Império Serrano. Compositor genial, cantor de voz marcante e sambista de coração inteiro, ele escreveu páginas inesquecíveis da nossa história”, afirma o texto.

Ao longo de sua carreira, Arlindo Cruz assinou 12 sambas-enredo vitoriosos para a escola, um feito raro e que o coloca no panteão dos maiores compositores do Carnaval carioca. Entre suas obras-primas para a verde e branco de Madureira está o inesquecível “O Império do Divino”, de 2006.

O desfile-homenagem de 2023

A relação de amor entre Arlindo e o Império Serrano teve seu ápice no Carnaval de 2023. Naquele ano, a escola dedicou seu desfile inteiro para celebrar a vida e a obra do compositor, com o enredo “Lugares de Arlindo”. A passagem do sambista pela Marquês de Sapucaí em um carro alegórico, mesmo com a saúde debilitada, foi um dos momentos mais emocionantes da história recente do Carnaval.

“Aquele desfile, carregado de emoção e respeito, foi um ato de amor e gratidão a esse artista que sempre nos representou com dignidade, talento e verdade”, relembrou a escola na nota. “Na Sapucaí, fizemos do samba um abraço coletivo a Arlindo e à sua família.”

A despedida do poeta

Arlindo Cruz faleceu aos 66 anos, após uma longa batalha de oito anos contra as graves sequelas de um AVC. A homenagem de sua escola de coração é um dos primeiros e mais significativos tributos do mundo do samba, que hoje chora a perda de um de seus maiores poetas. “Descanse em paz, poeta. O Império Serrano te reverencia hoje e sempre. Seu nome, sua música e sua história jamais serão esquecidos”, conclui a nota.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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