James Bond: Denis Villeneuve não terá corte final e assinou para apenas um filme, diz site

Novos relatos indicam que o contrato de Denis Villeneuve para dirigir o próximo filme de James Bond é para apenas um filme e não lhe garante o direito ao corte final da produção.
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A euforia dos fãs com o anúncio de Denis Villeneuve como o novo diretor da franquia James Bond ganhou uma dose de cautela nesta semana. De acordo com novas informações do site de notícias Puck, o aclamado cineasta por trás de Duna e Blade Runner 2049 terá algumas limitações contratuais importantes em sua missão de reinventar o agente 007: seu acordo, por enquanto, é para apenas um filme e, mais notavelmente, ele não terá direito ao corte final da produção.

A notícia, que circulou em veículos da imprensa internacional, adiciona uma camada de complexidade à nova era da franquia, a primeira sob o comando da Amazon MGM Studios. A decisão de não conceder o “final cut” — o poder de dar a palavra final sobre a versão do filme que vai aos cinemas — é comum em grandes franquias, mas pode ser um ponto de atrito para diretores com uma visão autoral forte, como é o caso de Villeneuve.

Um acordo de um filme e o controle do estúdio

Segundo a reportagem do Puck, o contrato de Villeneuve para dirigir o 26º filme de James Bond é, inicialmente, para uma única obra. Isso não descarta a possibilidade de seu retorno para uma sequência, mas indica que o estúdio pode estar aguardando os resultados de bilheteria e a recepção do público antes de se comprometer com uma nova trilogia sob sua direção.

A questão do corte final levanta um debate entre os fãs: será que o estúdio realmente irá interferir na visão de um dos cineastas mais reverenciados da última década? A situação ecoa a própria dinâmica dos filmes, onde o agente 007 frequentemente entrega seus melhores resultados quando tem autonomia para agir.

A busca por um roteirista e o quebra-cabeça do elenco

Além das questões contratuais do diretor, o projeto ainda tem outras peças fundamentais em aberto. A mais importante delas é a de um roteirista, que ainda não foi contratado. O desenvolvimento do roteiro precisará acontecer enquanto Villeneuve finaliza seu próximo grande projeto, Duna: Messias, o que adiciona mais um desafio logístico à produção.

E, claro, o maior mistério de todos permanece sem solução: quem será o ator a assumir o smoking de James Bond após a despedida de Daniel Craig? A escolha de Villeneuve como diretor apenas intensificou as especulações, e a definição do novo 007 continua sendo a decisão de elenco mais aguardada de Hollywood.

O “território sagrado” de Villeneuve

Apesar das limitações contratuais, a paixão do diretor pelo personagem é inegável e serve como um alento para os fãs. Em seu comunicado oficial, ao ser anunciado, Villeneuve descreveu a franquia como um “território sagrado” e relembrou como cresceu assistindo aos filmes com seu pai. “Pretendo honrar a tradição e abrir caminho para muitas novas missões que virão. Esta é uma responsabilidade enorme, mas também incrivelmente emocionante”, declarou na ocasião.

Resta saber se essa reverência pela obra será suficiente para navegar as complexas engrenagens de uma grande produção de estúdio e entregar um filme que seja, ao mesmo tempo, fiel ao legado de Bond e à visão singular de seu novo e talentoso diretor.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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