O diretor James Gunn revelou que precisou confiar em seus próprios instintos e ignorar o feedback de parte do público das sessões de teste para manter no corte final de Superman um dos momentos mais comentados do filme: a cena em que o herói pausa uma batalha caótica em Metrópolis para salvar um esquilo. Em novas entrevistas, o cineasta explicou por que a cena, apesar de criticada por alguns, era essencial para sua visão do personagem.
“Foi provavelmente o segundo ou terceiro momento mais debatido do filme”, disse Gunn à Rolling Stone. “Porque mostramos para um público teste e algumas pessoas não gostaram do esquilo. Elas ficaram tipo: ‘Por que diabos ele está salvando um esquilo? Por que ele está dando um tempo para salvar um esquilo?’”, relembrou o diretor.
A polêmica do esquilo e a “gentileza” do herói
A pressão para remover a cena foi tão grande que Gunn chegou a fazer uma versão do filme sem ela. “Houve um corte em que eu tirei a cena e pensei: ‘Sinto muita falta do esquilo. Ele precisa salvar o esquilo’”, confessou. “Então, coloquei o esquilo de volta, apesar dos protestos de alguns da minha equipe.”
Para Gunn, o pequeno ato de bondade é “essencial para transmitir a empatia e a gentileza do Superman”. Em outra entrevista, ao The New York Times, ele resumiu a polêmica de forma bem-humorada: “Acho que tudo se resume a: você gosta de esquilos ou não?”.
O ritmo acelerado e a recusa da “indulgência”
Outra crítica que o diretor revelou receber com frequência em seus filmes é sobre o ritmo acelerado. “Meus filmes sempre tiveram uma superabundância de ‘muito rápido’ em comparação com ‘muito lento’”, disse Gunn. Ele explicou que isso acontece porque ele não é “indulgente” e busca criar uma experiência o mais “simplificada possível”, sem se apegar a “pequenos momentos preciosos”.
A falibilidade das sessões de teste
A decisão de Gunn de bancar sua visão artística, mesmo contra o feedback inicial, ilustra a complexidade das sessões de teste em Hollywood. Nem sempre a reação de um pequeno público reflete o sucesso final de um filme. O exemplo mais famoso e recente é o de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Na época, o chefe da Marvel, Kevin Feige, celebrou que o vilão Kang havia sido “o vilão com a maior nota em testes que já tivemos”. No entanto, o filme acabou sendo um dos maiores fracassos de bilheteria do estúdio.
Com a recepção positiva da crítica e do público, que elogiaram justamente a “gentileza” do novo Homem de Aço, a aposta de James Gunn no esquilo se provou correta. O filme, que está em cartaz, se consolidou como o pontapé inicial de sucesso para o novo Universo DC.