James Gunn rechaça pressão por bilheteria de ‘Superman’ e culpa ‘histórias preguiçosas’

O diretor James Gunn afirmou que a enorme pressão sobre a bilheteria de ‘Superman’ é um ‘completo absurdo’ e que a ‘fadiga de super-heróis’ é causada por filmes com histórias ruins.
Superman usa sunga vermelha para parecer 'bobo' e menos assustador no novo filme Superman usa sunga vermelha para parecer 'bobo' e menos assustador no novo filme
DC

Às vésperas da estreia de Superman, o filme que carrega a imensa responsabilidade de lançar o novo Universo DC (DCU) nos cinemas, seu diretor e co-chefe da DC Studios, James Gunn, está rebatendo a narrativa de pressão da indústria. Em uma nova entrevista à revista GQ, ele classificou como um “completo absurdo” a ideia de que o filme precise arrecadar valores astronômicos para ser considerado um sucesso e reforçou sua tese de que a “fadiga de super-heróis” não existe — o que existe, segundo ele, são “histórias preguiçosas”.

Gunn, que está no centro de uma das maiores apostas de Hollywood, minimizou a ideia de que o filme seja um empreendimento “tudo ou nada”. “Há algo em jogo? Sim, mas não é tão grande quanto as pessoas dizem”, afirmou o diretor. “Eles ouvem esses números de que o filme só fará sucesso se arrecadar US$ 700 milhões ou algo assim, e isso é um completo absurdo. Não precisa ser uma situação tão grande quanto as pessoas estão dizendo.”

O peso de lançar um novo universo

A pressão sobre Superman é real. O filme, com um orçamento estimado em US$ 200 milhões, chega em um momento delicado para o gênero, após os fracassos de bilheteria da gestão anterior da DC, como Shazam! Fúria dos Deuses e The Flash, e até mesmo com a Marvel enfrentando dificuldades com títulos como Capitão América: Admirável Mundo Novo. Como pedra fundamental do Capítulo Um: Deuses e Monstros, o desempenho de Superman será observado de perto como um termômetro para o futuro da DC.

A culpa não é dos heróis, é das “histórias preguiçosas”

Para James Gunn, no entanto, o problema não está no gênero em si, mas na qualidade das histórias que vêm sendo contadas. Em entrevistas anteriores, ele já havia detalhado sua filosofia sobre a suposta “fadiga de super-heróis”.

“Acho que não tem nada a ver com super-heróis. Tem a ver com o tipo de história que é contada e se você perde o foco, que é o personagem”, disse ele à Rolling Stone em 2023. “Amamos o Superman. Amamos o Batman. Amamos o Homem de Ferro. Porque eles são personagens incríveis. […] E se virar só um monte de bobagens na tela, fica muito chato.”

Em outra ocasião, no podcast “Inside of You”, ele acusou a indústria de ter ficado “preguiçosa”. “Chegaram ao ponto de: ‘Ah, é um super-herói, vamos fazer um filme sobre ele’. E então: ‘Ah, vamos fazer uma sequência, porque o primeiro foi muito bom’, e não pensam: ‘Por que essa história é especial? O que faz essa história se destacar das outras? Qual é a história central de tudo isso?’”.

Com essa mentalidade, Gunn busca entregar com Superman um filme que se sustente por sua qualidade narrativa e pela força de seus personagens, e não apenas pelo espetáculo visual. O veredito do público sobre essa filosofia chegará aos cinemas no próximo dia 11 de julho.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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