Anos antes de se tornar o arquiteto do novo Universo DC (DCU) nos cinemas, James Gunn teve a chance de dirigir um filme do Superman, mas recusou. Em uma nova sessão de perguntas e respostas com fãs em Londres, o cineasta revelou pela primeira vez que, em 2018, ele disse “não” à oportunidade por se sentir “intimidado” pela tarefa e por considerar a situação do personagem na Warner Bros. “politicamente confusa” na época.
A revelação, feita às vésperas do lançamento de seu próprio filme do Homem de Aço, que estreia nesta semana, mostra que a jornada de Gunn com o herói foi longa e cheia de reflexão. “Originalmente, me ofereceram para dirigir o Superman em 2018, e eu recusei”, contou o diretor, segundo o site ComicBook.com. “Eu estava intimidado pela tarefa. Não tinha certeza de como faria.”
O “não” de 2018 e a escolha por ‘O Esquadrão Suicida’
Além da intimidação natural de assumir um dos maiores ícones da cultura pop, Gunn citou o cenário complicado do Universo Estendido da DC (DCEU) na época como um fator decisivo. “Se você se lembra, havia outras coisas acontecendo com o Superman na época. […] Seria politicamente confuso”, explicou, em uma referência velada ao status incerto de Henry Cavill no papel, mesmo após ter interpretado o herói em três filmes.
Diante do desafio e da “confusão”, Gunn optou por um projeto que lhe era mais familiar. “Então eu recusei e aceitei O Esquadrão Suicida, que era um tipo de grupo mais familiar para mim. Ainda bem que fiz isso, foi divertido”, relembrou.
O personagem que “não saía da cabeça”
Mesmo após recusar o trabalho, a ideia de fazer um filme do Superman continuou a assombrar o cineasta. “Mas eu ficava pensando no Superman, não conseguia tirar isso da cabeça”, admitiu Gunn. “Como eu faria isso, se fizesse? Como seria esse filme? Como eu poderia fazê-lo funcionar para o público de hoje? Como ele poderia se conectar com as pessoas?”.
Essa reflexão contínua o preparou para uma segunda oportunidade. “Então, quando me abordaram novamente com a ideia de escrever o Superman, seja lá o que fosse, três anos atrás, eu disse sim”, contou. O que começou como um trabalho de roteiro acabou evoluindo para ele assumir também a direção, agora com carta branca para reiniciar o universo.
Aquele cenário “politicamente confuso” de 2018 se desfez com a ascensão de Gunn e Peter Safran ao comando da DC Studios. Henry Cavill teve uma breve e falsa esperança de retorno na cena pós-créditos de Adão Negro, mas o reboot completo do universo já estava em andamento. A jornada de James Gunn mostra que, às vezes, é preciso recusar um projeto para, anos depois, encontrá-lo novamente no momento e da forma certa. Seu Superman, estrelado por David Corenswet, chega aos cinemas no próximo dia 11 de julho.