Nova versão de Não Fale o Mal busca atrair novos públicos

A adaptação de Não Fale o Mal, dirigida por James Watkins, está gerando debates na comunidade de fãs de terror. O filme original dinamarquês, lançado apenas um ano antes, já havia conquistado seu público, levantando questionamentos sobre a necessidade de um remake tão rápido, especialmente porque grande parte do filme de Christian Tafdrup é falado em inglês.

Porém, James McAvoy, que interpreta o antagonista Paddy Feld na nova versão, não vê problemas com refilmagens, defendendo que elas podem despertar o interesse do público por suas inspirações originais. “Quando fiz Macbeth, não refiz Macbeth”, explicou McAvoy em entrevista. Para ele, grandes histórias podem ser contadas repetidamente, especialmente para novos públicos. “A comunidade maior de cinéfilos viu o filme original? Não. Talvez agora, se eles assistirem a este e gostarem, queiram ver a versão anterior”, afirmou.

Watkins, conhecido por seus trabalhos em Eden Lake e The Woman in Black, é o roteirista e diretor da nova adaptação de Não Fale o Mal. O filme acompanha Ben (Scoot McNairy) e Louise (Mackenzie Davis), um casal americano que vive um momento de distanciamento após sua mudança para Londres. Durante as férias na Itália, eles conhecem Patrick (James McAvoy), sua esposa Ciara (Aisling Franciosi) e seu filho mudo Ant (Dan Gough). De volta à cidade, Ben e Louise são convidados a passar um fim de semana na fazenda de Patrick no West Country, mas rapidamente percebem que a hospitalidade dos novos amigos esconde algo mais sinistro.

Comparações com o filme original e abordagens diferentes

Uma das questões mais levantadas sobre refilmagens de filmes de terror é a necessidade de trazer algo novo à narrativa. Watkins entende essas preocupações, mas acredita que sua versão consegue explorar aspectos diferentes da história. “Não faz sentido refazer um filme a menos que você traga algo diferente para ele”, disse o diretor, reconhecendo que o filme de Tafdrup ainda está fresco na memória de muitos. Watkins, no entanto, buscou ir além do que foi feito no original, afirmando: “Esta é uma interpretação diferente de uma história brilhante. Se funciona, funciona. Se não, não nega a existência do filme de Christian, que é brilhante.”

O diretor também destaca que a nova versão se aprofunda mais no passado dos personagens Paddy e Ciara, trazendo novas camadas à história. O antagonista interpretado por McAvoy, por exemplo, se diferencia de Patrick, interpretado por Fedja van Huêt na versão dinamarquesa. Paddy é mais volátil e emocional, o que cria uma dinâmica diferente no filme.

Além disso, Watkins optou por um final diferente, alterando os acontecimentos do desfecho que muitos fãs do original já conhecem. “Eles são diferentes. Eles dizem coisas diferentes, e não estou fazendo este filme para as pessoas que viram o primeiro”, afirmou McAvoy, reiterando que o foco está no público que ainda não teve contato com a versão original.

O remake de Não Fale o Mal estreia em 12 de setembro e promete despertar o interesse tanto de quem já assistiu ao filme original quanto de novos espectadores, oferecendo uma nova perspectiva sobre a história. Se a abordagem de Watkins vai agradar aos fãs de terror ou não, só o tempo dirá, mas é certo que o filme manterá viva a conversa sobre o valor das refilmagens no cinema contemporâneo.

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