Recordando a polêmica e os desafios de ‘Ela’
Lançado há cerca de uma década, Ela se destacou não apenas pela sua narrativa inovadora, mas também pela forma como explorou o relacionamento entre humanos e inteligência artificial. A trama segue Theodore Twombly, interpretado por Joaquin Phoenix, que desenvolve uma conexão romântica com uma IA chamada Samantha, cuja voz é dada por Scarlett Johansson. Desde o lançamento do filme, especialistas têm alertado sobre os riscos de uma dependência excessiva da IA, embora esses avisos não tenham impedido a crescente fascinação por tecnologias semelhantes.
A voz da IA e a recusa de Johansson
Scarlett Johansson decidiu recusar ofertas para ser a voz de sistemas de IA na vida real, afirmando que isso ia contra seus “valores fundamentais”. Ela expressou sua indignação ao descobrir que a OpenAI lançou uma voz que soava notavelmente similar à dela. Em uma entrevista ao podcast Armchair Expert, Johansson compartilhou que, durante as gravações de Ela, teve que enfrentar um momento desafiador ao gravar sons para uma cena que exigia um desempenho íntimo: um orgasmo.
Ela contou: “Tentamos fazer uma tomada, e ele estava, tipo, perdendo o controle. Ele estava tipo bravo… ele já tinha filmado a cena, ele tinha feito isso pessoalmente, e agora ele estava comigo neste teatro estranho e eu estava nesta caixa, e ele estava tipo me encarando.”
O desconforto no estúdio
A situação se tornou ainda mais estranha para Johansson quando Phoenix, que já havia filmado a cena, ficou desconfortável e saiu do estúdio. Ela explicou: “Eu estava bem. Joaquin não estava – ele estava tão chateado com isso. Ele saiu do estúdio, e agora estou nesta caixa sozinha, e eu estou tipo, ‘Eu não consigo fazer isso sozinha. Eu preciso que ele volte’.”
Johansson revelou que, após a saída de Phoenix, ela se sentiu insegura gravando os sons sozinha e pediu para que ele retornasse. “Ele precisava de uma pausa; ele fez uma pausa e voltou”, contou. Em um momento de leveza e vulnerabilidade, ela admitiu: “Você não quer ouvir sua voz nunca. Você definitivamente não quer ouvir como você soa tendo um orgasmo. Eca. É tão nojento. Foi tão bizarro.”
Essas citações não apenas ilustram os desafios emocionais e psicológicos enfrentados pelos atores em filmes que exploram temas complexos, mas também destacam os limites pessoais que podem surgir em situações de gravação. Ela não apenas quebrou barreiras em termos de narrativa e tecnologia, mas também deixou sua marca nas experiências e no profissionalismo dos atores.