Promotoria detalha duas décadas de crimes e revela bastidores chocantes das festas sexuais organizadas pelo rapper nos EUA
O aguardado julgamento federal contra o rapper Sean “Diddy” Combs, de 55 anos, começou oficialmente nos Estados Unidos no dia 5 de maio, mas foi nesta segunda-feira (12) que o tribunal ouviu as declarações iniciais da promotoria — e as acusações são explosivas. O artista é acusado de tráfico sexual, extorsão, suborno, incêndio criminoso e obstrução de justiça, em um processo que promete se tornar um dos mais impactantes da história recente da indústria musical norte-americana.
A procuradora-assistente dos EUA, Emily Johnson, descreveu Combs como alguém com uma vida dupla: “Para o público, ele era Puff Daddy ou Diddy, um ícone dos negócios. Mas, longe dos holofotes, ele administrava uma verdadeira empresa criminosa”.
20 anos de crimes e um “círculo interno” de acobertamento
Segundo Johnson, o rapper teria cometido crimes ao longo de mais de duas décadas, com o apoio de um grupo de funcionários próximos que ajudavam a executar e encobrir os abusos. Entre as alegações estão abuso físico, coação sexual, uso de drogas e chantagem contra mulheres.
Um dos nomes centrais do processo é Casandra “Cassie” Ventura, ex-namorada de Diddy, que teria sido espancada, ameaçada e coagida a participar de festas sexuais conhecidas como “surras”, que frequentemente envolviam profissionais do sexo e acompanhantes masculinos.
“Cassie tentou sua primeira surra porque o amava e queria fazê-lo feliz”, disse Johnson. “Se ela não fazia o que ele queria, as consequências eram severas.”
Chantagem, perseguição e “festas de aberração”
A promotoria alega que Combs ameaçava divulgar imagens íntimas de Cassie sempre que ela tentava deixá-lo, dizendo que sua vida dependia da felicidade dele. Diddy se referia a si mesmo como “rei”, exigindo obediência absoluta.
As famosas festas privadas, agora rebatizadas no processo como “festas de aberração”, teriam sido realizadas semanalmente, nos EUA e até fora do país. Durante esses encontros, Combs supostamente drogava e ameaçava mulheres para forçá-las a participar de atos sexuais enquanto ele observava.
“Alguns dos detalhes serão difíceis de ouvir”, afirmou Johnson. “Ele usava mentiras, drogas, ameaças e violência para coagir suas vítimas.”
Celebridades e pressão pública
A prisão de Combs no final de 2024 e a abertura do julgamento em Nova York atraíram grande atenção da mídia e de figuras públicas. Celebridades que frequentaram suas festas ou conviveram com o rapper começam a se manifestar, algumas em apoio às vítimas e outras mantendo silêncio cauteloso.
O tribunal pretende ouvir testemunhos ao longo das próximas semanas, enquanto o caso se desenvolve e mais detalhes vêm à tona. O julgamento é considerado um marco por expor as dinâmicas de poder, coerção e violência dentro da elite do entretenimento.