A demissão, uma realidade comum em qualquer ambiente de trabalho, também afeta o show business. Embora atores e atrizes de Hollywood vivam sob os holofotes, eles não estão imunes à perda de empregos – ou, neste caso, de papéis. Muitas vezes, essas situações ocorrem fora dos olhos do público, mas, em 2018, a atriz vencedora do Oscar Julianne Moore passou por essa experiência amarga ao ser afastada de um projeto que acabou rendendo uma indicação ao prêmio da Academia para sua substituta, Melissa McCarthy.
O filme em questão, a comédia “Poderia Me Perdoar?”, chamou a atenção do público e da crítica ao alcançar destaque no Oscar. McCarthy, que já era conhecida por suas atuações em papéis cômicos, assumiu o papel principal de Lee Israel, uma jornalista que, após cair no esquecimento, começa a falsificar cartas de celebridades para tentar retomar sua notoriedade.
Em uma recente entrevista ao talk show “Watch What Happens Live”, Julianne Moore revelou mais detalhes sobre sua saída do projeto. Questionada por um internauta sobre os motivos por trás de seu suposto “abandono” do filme, a atriz esclareceu: “Eu não abandonei o filme, eu fui demitida.” Ela explicou que a diretora da época, Nicole Holofcener, a afastou do projeto porque não estava satisfeita com sua abordagem à personagem. Durante a produção inicial, Holofcener, que também co-escreveu o roteiro, era a responsável pela direção do longa.
Divergências criativas e troca de direção no filme que teria Juliane Moore
Julianne Moore compartilhou que as divergências artísticas entre ela e Holofcener foram a razão de sua demissão. “A ideia dela sobre a personagem era diferente da minha”, afirmou a atriz. O episódio foi doloroso para Moore, a ponto de ela decidir não assistir ao filme, que contou com McCarthy no papel principal, além de Alec Baldwin, Richard E. Grant (que também recebeu uma indicação ao Oscar) e Jane Curtin.
Apesar da mágoa, Moore elogiou a atuação de McCarthy, descrevendo-a como “incrível”. Curiosamente, a própria diretora Nicole Holofcener também deixou a direção do projeto antes de sua conclusão, sendo substituída por Marielle Heller, que assumiu a produção durante a fase final das filmagens.
Casos de desentendimentos entre diretores e atores não são raros em Hollywood. Um exemplo notório é o de Ryan Gosling, que foi afastado do filme de Peter Jackson, “Um Olhar do Paraíso”, após o diretor não aprovar sua interpretação do papel do pai enlutado. Gosling chegou a ganhar 30 quilos para viver o personagem, mas sua visão não correspondeu às expectativas de Jackson.
Outro exemplo famoso é o de Eric Stoltz, que foi demitido do clássico “De Volta para o Futuro” depois de filmar quase todo o longa. O ator não agradou o diretor Robert Zemeckis e a produção, sendo substituído por Michael J. Fox, que acabou eternizando o papel de Marty McFly.
Essa realidade não é exclusiva do presente. No passado, estrelas como Judy Garland também enfrentaram o mesmo destino. Durante as gravações de “O Vale das Bonecas”, Garland foi demitida devido ao seu comportamento instável, causado por problemas com substâncias. Ela foi substituída por Susan Hayward no filme que marcou a era de Sharon Tate.
Julianne Moore, no entanto, soube seguir em frente após a experiência. A atriz continua a brilhar nas telas, com papéis de destaque em produções como “Segredos de Um Escândalo”, lançado no ano passado. Mesmo diante de adversidades como essa, a carreira de Moore permanece forte, provando que a demissão, embora dolorosa, é apenas mais um desafio a ser superado no caminho do sucesso.