Karla Sofía Gascón entrou para a história ao ser indicada ao Oscar 2025 na categoria de melhor atriz por sua atuação em Emilia Pérez, marcando um momento significativo para a representatividade trans no cinema. Gascón é a primeira mulher trans abertamente reconhecida na categoria.
A performance de Gascón, onde interpreta uma líder de cartel mexicano que faz a transição de gênero e se dedica a combater a violência das gangues, recebeu elogios da crítica e foi aclamada em premiações anteriores, incluindo o Festival de Cannes, onde dividiu o prêmio de melhor atriz com suas colegas de elenco Zoe Saldaña, Selena Gomez e Adriana Paz.
Um marco histórico e uma mensagem de inclusão
Apesar de reconhecer a relevância histórica de sua indicação, Gascón pediu que sua atuação fosse avaliada por mérito artístico, sem foco em sua identidade:
“Agora é hora de focar na minha performance e deixar de lado minha etnia, sexualidade ou cor de cabelo, para avançar na ‘integração’”, disse a atriz.
A estrela também abordou o preconceito e as críticas que enfrenta, especialmente em um contexto global onde direitos trans têm sido alvo de debates intensos. Em resposta a ataques de figuras públicas e ameaças online, Gascón tem se posicionado como uma defensora firme dos direitos trans e da inclusão no cinema.
Contexto político e social
A indicação de Gascón chega em um momento de tensão global para a comunidade trans, com retrocessos em políticas públicas em alguns países, como os Estados Unidos. Ela criticou a ordem executiva recente do ex-presidente Donald Trump, que restringe o reconhecimento de gênero, classificando-a como “desavergonhada” e prejudicial.
Sucesso de Emilia Pérez
Além de marcar a carreira de Gascón, Emilia Pérez também fez história como o filme não em língua inglesa mais indicado na história do Oscar, com 13 nomeações. O longa de Jacques Audiard já acumulou prêmios, incluindo o Globo de Ouro de melhor filme — musical ou comédia.
Uma mensagem de esperança
Em seus discursos, Gascón reforça sua mensagem de resiliência e orgulho:
“Elas nunca poderão tirar nosso orgulho de nossa existência, nunca me derrubarão. Continuarei lutando por uma humanidade mais justa.”