Atriz reflete sobre desafios da comunidade trans e possíveis barreiras nos EUA
Durante sua participação na 12ª edição do Prêmio Platino, em Madri, Karla Sofía Gascón, indicada ao Oscar, falou emocionada sobre suas expectativas e receios quanto a um possível retorno aos Estados Unidos. A atriz, que brilhou no filme Emilia Pérez, expressou preocupação com o que chamou de perda global de liberdade para a comunidade trans.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Gascón destacou seu desejo de trabalhar novamente nos EUA, mas reconheceu possíveis dificuldades. “Espero que tudo corra bem. Mas se não me permitirem entrar ou trabalhar por causa da minha identidade, será muito complicado”, afirmou. Ela mencionou ainda os tempos difíceis enfrentados por pessoas transgênero, especialmente à luz de políticas de exclusão instauradas durante o governo Trump.
Impacto de Emilia Pérez e a sombra de polêmicas antigas
Emilia Pérez, musical dirigido por Jacques Audiard, foi recebido com entusiasmo no circuito de festivais, especialmente em Cannes, onde Gascón, Zoe Saldaña e Selena Gomez dividiram o prêmio de melhor atriz. O filme narra a transição de um ex-chefe de cartel para uma nova vida, e promete se tornar uma obra cult, segundo Gascón.
No entanto, o sucesso do longa foi ofuscado pela repercussão negativa de postagens antigas de Gascón nas redes sociais. Comentários considerados racistas, publicados antes de sua ascensão em Hollywood, ressurgiram e afetaram sua campanha na temporada de prêmios. Após a revelação das mensagens, ela emitiu um pedido público de desculpas, afirmando: “Sinto profundamente por aqueles a quem causei dor”.
Novos projetos internacionais em andamento
Apesar das dificuldades, Karla Sofía Gascón mantém uma agenda cheia de novos projetos. A atriz revelou que está envolvida em uma produção italiana chamada The Life Lift, onde interpreta uma psiquiatra que representa tanto o diabo quanto Deus. Além disso, ela participa de um filme na Argentina, outro na Espanha e também de um projeto francês, que contará a história de um cantor de blues tentando adotar uma menina de um campo de refugiados.
Para Gascón, Emilia Pérez não apenas marcou sua carreira, mas também a posicionou como uma voz importante num momento que considera “extremamente delicado” para a comunidade trans em nível mundial. “Sinto que sou uma das primeiras vítimas desse ódio crescente”, desabafou.
