Após meses de controvérsia e afastamento dos holofotes, Karla Sofia Gascón, 53 anos, acaba de conquistar seu primeiro papel desde que antigos tweets com falas racistas e xenofóbicas vieram à tona. Segundo a Variety, a atriz protagonizará o thriller psicológico “The Life Lift”, ao lado do ator e cineasta Vincent Gallo, sob direção de Stefania Rossella Grassi.
Na trama, Gascón interpretará uma psiquiatra com nuances divinas e demoníacas, enquanto Gallo viverá Gabriel, um homem que encontra mensagens enigmáticas no elevador de seu prédio em Nova York. Os bilhetes ordenam que ele cometa assassinatos brutais contra três vizinhos, que por sua vez também planejam matar seus familiares mais próximos. A proposta do filme mistura suspense, crítica psicológica e dilemas morais.
A controvérsia
Karla Sofia Gascón estava em ascensão após sua atuação aclamada em “Emilia Pérez”, filme indicado ao Oscar 2025 em 13 categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Filme Internacional — prêmio que acabou sendo concedido ao brasileiro Ainda Estou Aqui. Gascón concorreu na categoria de Melhor Atriz, mas sua candidatura foi abalada pela redescoberta de mensagens ofensivas publicadas em seu antigo perfil no Twitter.
Entre os conteúdos, estavam declarações polêmicas sobre os protestos de George Floyd e outros tópicos considerados discriminatórios. A repercussão foi tão negativa que a Netflix decidiu retirar seu apoio institucional à atriz durante a campanha do Oscar.
Em resposta, Gascón reagiu com declarações ainda mais controversas, dizendo que foi “menos racista que o Gandhi” e que “ninguém tem que me perdoar por nada”. “Se alguém se sente ofendido por coisas que eu possa ter feito na minha vida, que venha e me diga”, completou na época.
Nova chance em meio ao cancelamento
Apesar das críticas, “The Life Lift” marca uma espécie de retorno não oficial de Karla Sofia ao cinema internacional. A escolha por um papel com carga simbólica — onde sua personagem encarna tanto Deus quanto o Diabo — não passou despercebida entre analistas e cinéfilos, levantando debates sobre redenção, representação e os limites da cultura do cancelamento.
O filme ainda não tem data de estreia confirmada, mas já é aguardado como um dos projetos independentes mais provocativos dos próximos meses.