A atriz compartilhou relatos pessoais de agressões, assédios e padrões abusivos na indústria cinematográfica em um desabafo contundente nas redes sociais.
Kate Beckinsale, conhecida por filmes como Anjos da Noite e Doce Novembro, revelou episódios perturbadores de sexismo e abusos sofridos ao longo de sua carreira em um vídeo publicado no Instagram neste domingo (29). A declaração surge em meio à polêmica envolvendo Blake Lively e Justin Baldoni no set de It Ends With Us, reacendendo debates sobre a misoginia na indústria.
No vídeo de cerca de cinco minutos, Beckinsale detalhou agressões físicas e verbais, negligência após um aborto espontâneo e padrões extremos de beleza impostos a ela em produções cinematográficas. Aos 18 anos, a atriz disse ter sido vítima de assédio físico por parte de um colega em um set de filmagem, sendo ignorada por mulheres em quem confiava quando tentou denunciar o ocorrido.
“Reclamar sobre abuso não deve gerar mais abuso, especialmente no trabalho”, disse a atriz. “O que é realmente deprimente é ouvir que o clima mudou, mas ele não mudou.”
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Histórias de abuso e negligência
Beckinsale compartilhou que, após sofrer um aborto espontâneo, foi forçada por seu agente a participar de uma sessão de fotos enquanto ainda estava debilitada. Ela também relembrou insultos verbais que recebeu de colegas e situações perigosas em cenas de ação, nas quais sofreu lesões que exigiram exames médicos.
A atriz afirmou ainda que os estúdios frequentemente a submeteram a dietas rigorosas e a programas de exercícios tão intensos que chegaram a afetar seu ciclo menstrual. “Tudo isso para atender a um padrão de beleza inalcançável que nem mesmo eu entendia na época”, disse ela.
Beckinsale revelou também que Harvey Weinstein, magnata de Hollywood condenado por crimes sexuais, tentou prejudicar sua carreira após ela recusar um papel em um de seus filmes.
Um pedido de mudança
A atriz finalizou seu relato pedindo maior proteção e empatia para mulheres na indústria, especialmente quando relatam abusos. “Reclamar sobre algo que é perturbador, prejudicial ou ofensivo não deve ser motivo para mais retaliação. Precisamos de salvaguardas reais, e não de expectativas de que mulheres suportem abusos caladas.”