“Achei que ia morrer”: Kid Cudi depõe contra Diddy em caso de tráfico sexual e detalha atentado com coquetel molotov
O rapper Kid Cudi, 41, prestou depoimento explosivo na quinta-feira (21) no julgamento de Sean “Diddy” Combs, acusado de tráfico sexual, extorsão e transporte para prostituição. Durante seu relato no tribunal federal de Manhattan, Cudi acusou Diddy de invadir sua casa e, dias depois, incendiar seu carro com um coquetel molotov, após descobrir um suposto romance entre o rapper de “Day ‘n’ Nite” e Cassie Ventura, ex-namorada do magnata do rap.
Ataque incendiário e clima de ameaça
Cudi, cujo nome verdadeiro é Scott Mescudi, afirmou que, em janeiro de 2012, foi alertado por seu dog sitter de que seu carro — um Porsche 911 Cabriolet — estava pegando fogo. Ao chegar à garagem, ele encontrou o veículo parcialmente destruído pelas chamas e um coquetel molotov no chão. O artista disse ter pensado imediatamente: “Uhh, que prra!”*
Embora tenha sido impedido de afirmar diretamente no tribunal que acreditava que Diddy estava por trás do incêndio, a sugestão ficou evidente. Os advogados de Combs contestaram a declaração, que foi retirada dos autos. A defesa também alegou que DNA feminino foi encontrado no veículo, o que colocaria em dúvida a autoria de Diddy.
Invasão domiciliar e comportamento suspeito
Cudi também relatou um episódio anterior ao incêndio, ocorrido em dezembro de 2011, quando Capricorn Clark, então assistente de Combs, o alertou de que Diddy havia invadido sua casa em Los Angeles. O rapper disse que seus pertences estavam revirados, presentes abertos e seu cachorro trancado no banheiro, visivelmente abalado. Segundo ele, Ventura confessou que forneceu seu endereço a Diddy.
No encontro posterior entre Cudi e Diddy, ocorrido na Soho House, o rapper afirmou que Combs parecia um “supervilão da Marvel”, encarando a janela com as mãos para trás. “Ele me ofereceu água duas vezes. Achei estranho. Estava calmo demais”, descreveu. Quando confrontado sobre o incêndio, Diddy teria apenas respondido: “Não sei do que você está falando”.
Cassie confirma medo e uso de celular descartável
Cassie Ventura, que entrou com processo civil contra Diddy em 2023, também confirmou o caso com Cudi e revelou que usava um celular descartável para evitar que o ex descobrisse. Segundo ela, mantinha o relacionamento em segredo por temer pela própria segurança. Em seu depoimento recente, a cantora alegou que Diddy realmente explodiu o carro de Cudi, o que foi confirmado por um porta-voz do rapper ao New York Times.
O processo civil foi encerrado rapidamente, com um acordo no qual Diddy pagou US$ 20 milhões a Cassie — embora ele continue negando veementemente todas as acusações, afirmando que o pagamento não é uma admissão de culpa.
Consequências e julgamento em andamento
O julgamento segue em curso, com Diddy enfrentando acusações gravíssimas que podem resultar em prisão perpétua. Apesar das negativas do magnata, os depoimentos de Cudi e Cassie ajudam a pintar um retrato sombrio de controle, ameaça e violência psicológica.
Kid Cudi finalizou seu depoimento dizendo que, anos depois, recebeu um pedido de desculpas de Diddy e que, mesmo ainda desconfiado, finalmente se sentiu em paz. Mas, diante do que foi revelado no tribunal, fica claro que a paz custou caro — em traumas, silêncio e medo.
