Luis Fernando Verissimo, um dos maiores cronistas da história do Brasil, morre aos 88 anos

Morre o escritor Luis Fernando Verissimo. Um dos maiores nomes da literatura brasileira, o gênio do humor e do cotidiano faleceu neste sábado
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A literatura brasileira está de luto. O escritor Luis Fernando Verissimo, um dos maiores cronistas e humoristas do país, morreu na madrugada deste sábado, 30, aos 88 anos. Dono de um texto que transformava o cotidiano em obra de arte, ele estava internado em um hospital de Porto Alegre, sua cidade natal, desde o dia 11 de agosto.

A causa da morte e os últimos anos

Segundo informações do G1, a causa da morte foi em decorrência de complicações de uma pneumonia. A saúde do escritor já era delicada. Ele convivia com o Parkinson, problemas cardíacos e, principalmente, com as sequelas de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) sofrido em 2021.

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O AVC o deixou com limitações motoras e de comunicação. De acordo com a família, ele não escrevia mais desde então e se comunicava muito pouco, geralmente em inglês, uma memória de sua adolescência nos Estados Unidos. Verissimo deixou a esposa, Lúcia Helena Massa, e três filhos.

‘Quem sabe eu tenho uma boa surpresa’

Dono de um humor inteligente e, por vezes, melancólico, o próprio Verissimo já havia refletido sobre a finitude. Em uma entrevista ao programa “Conversa com Bial” em 2019, o escritor, que era ateu, comentou sobre a morte com sua ironia característica.

“Eu sempre digo que a morte é a última coisa que eu quero que me aconteça. (…) Infelizmente, para quem é ateu como eu, não tem esse consolo de esperar um pós-morte. Mas quem sabe eu tenho uma boa surpresa”, afirmou na época.

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O legado do ‘cronista da vida simples’

A notícia da morte de Luis Fernando Verissimo gerou uma onda de comoção. Nas redes sociais, colegas e admiradores prestaram suas homenagens. O escritor Walcyr Carrasco o definiu como “o cronista da vida simples, das emoções humanas mais verdadeiras”. E completou: “Um gigante que fez da simplicidade a sua genialidade”.

O jornalista Edney Silvestre também lamentou: “Admirava seu humor cheio de farpas e doçura. (…) Era um homem de voz baixa, inteligência fulgurante, originalidade inigualável. Vai fazer falta. Muita falta”.

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Com mais de 70 livros publicados, Luis Fernando Verissimo se consagrou com personagens icônicos como “A Velhinha de Taubaté” e “O Analista de Bagé”. Suas crônicas, publicadas em jornais como O Estado de S. Paulo, O Globo e Zero Hora, eram uma leitura obrigatória para milhões de brasileiros. Filho do também gigante da literatura Erico Verissimo, ele construiu uma obra única, que o colocou entre os imortais da cultura nacional. Além das palavras, tinha na música outra grande paixão, sendo um dedicado saxofonista de jazz.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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