Lula cancela viagem à Rússia após acidente doméstico, mas participará da Cúpula dos Brics por videoconferência
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou, por orientação médica, a viagem que faria à Rússia para participar da 16ª Cúpula dos Brics, que acontecerá em Kazan entre os dias 22 e 24 de outubro. O motivo do cancelamento foi um acidente doméstico ocorrido no último sábado (19/10), quando o presidente sofreu um ferimento na região occipital da cabeça.
De acordo com boletim médico divulgado pelo hospital Sírio-Libanês, Lula precisou de pontos no ferimento, mas não ficou internado. A equipe médica orientou que o presidente evite viagens aéreas de longa duração, embora tenha liberado o chefe do Executivo para manter sua agenda normal de trabalho em Brasília. Lula, portanto, participará da cúpula de forma remota, por videoconferência, direto do Palácio do Planalto.
Impacto da ausência de Lula na cúpula dos Brics
O evento, que reunirá chefes de Estado de mais de 20 países, tem como foco principal a integração do Sul Global e a busca por resoluções para os conflitos no Oriente Médio, especialmente no Líbano e em Gaza, que enfrentam intensos ataques de Israel. A expectativa é que o grupo critique as ações de Israel e defenda um cessar-fogo imediato.
Além disso, outros temas importantes estarão em pauta, como a colaboração política e financeira entre os países-membros, além de iniciativas de desenvolvimento sustentável. Embora a guerra entre Rússia e Ucrânia não seja uma prioridade na agenda oficial, espera-se que o conflito seja discutido informalmente entre os líderes presentes, sem cobranças diretas ao anfitrião, Vladimir Putin.
Lula encontraria pessoalmente o presidente russo pela primeira vez em seu terceiro mandato como presidente do Brasil. Com sua ausência física no evento, a interação entre os dois líderes ocorrerá em um formato digital, o que pode limitar o impacto das discussões bilaterais que poderiam ser aprofundadas com a presença de ambos no mesmo ambiente.
Apesar do imprevisto, Lula continuará participando ativamente da Cúpula dos Brics, representando o Brasil nas discussões essenciais para o bloco, ainda que remotamente. O evento será uma oportunidade para os líderes globais debaterem questões sensíveis como o conflito no Oriente Médio e outras pautas estratégicas.