Maior parte dos criativos de The Witcher 3 não trabalha mais na CD Projekt Red; novos estúdios são fundados

Saída de talentos da CD Projekt Red impulsiona formação de estúdios como Rebel Wolves e Blank Studio, desafiando a gigante dos jogos
Maior parte dos criativos de The Witcher 3 não trabalha mais na CD Projekt Red; novos estúdios são fundados Maior parte dos criativos de The Witcher 3 não trabalha mais na CD Projekt Red; novos estúdios são fundados
CD Projekt Red

Saídas de talentos da CD Projekt Red impulsionam a formação de estúdios como Rebel Wolves e Blank Studio, prometendo uma nova era para RPGs.

A CD Projekt Red (CDPR), renomada por jogos como The Witcher 3: Wild Hunt e Cyberpunk 2077, está passando por uma fase de transformação cultural e organizacional. Recentemente, diversos talentos de alto nível deixaram o estúdio para fundar suas próprias empresas, prometendo projetos que retomam as raízes criativas dos RPGs sem as limitações percebidas na CDPR atual.

A criação da Rebel Wolves

Uma das saídas mais marcantes foi a de Konrad Tomaszkiewicz, diretor de The Witcher 3: Wild Hunt. Após acusações de bullying (das quais foi inocentado), Tomaszkiewicz fundou a Rebel Wolves, acompanhado por Bartłomiej Gaweł, diretor de arte de The Witcher 3. A Rebel Wolves está desenvolvendo um RPG de fantasia sombria AAA, utilizando a Unreal Engine 5, e promete priorizar a equipe e o público. “Pessoas felizes fazem grandes jogos — jogos que os jogadores querem e merecem”, afirmou o estúdio em comunicado oficial.

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Com financiamento da chinesa NetEase, a Rebel Wolves assegurou os recursos necessários para perseguir sua visão criativa sem as restrições da CDPR. Apesar do apoio financeiro, a parceria com a NetEase gerou controvérsia, dado o histórico de investimentos estratégicos chineses no setor de entretenimento.

Blank Studio: criatividade sem limites

Outro estúdio que surgiu da migração de talentos é o Blank Studio, liderado por Mateusz Kanik, ex-diretor de Cyberpunk 2077 e codiretor de The Witcher 3. O Blank Studio se diferencia ao priorizar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e ao rejeitar o que considera limitações criativas impostas por “positividade tóxica”. Com financiamento de US$ 17 milhões da sul-coreana NEOWIZ, o estúdio está desenvolvendo uma narrativa baseada em personagens em um cenário apocalíptico.

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“Queremos criar projetos ousados que reflitam nossa criatividade e valores únicos”, disse Kanik em entrevista. O Blank Studio já cresceu significativamente, de uma equipe inicial de dez para sessenta membros, demonstrando o entusiasmo por sua proposta de mercado.

Um futuro competitivo para a CDPR

Enquanto a CDPR anuncia projetos como The Witcher 4, que colocará Ciri como protagonista — uma escolha que gerou controvérsias entre os fãs pela divergência com o material original de Andrzej Sapkowski —, a saída de talentos pode sinalizar uma necessidade de reestruturação. Relatos de ex-funcionários sugerem que o ambiente de trabalho se tornou desafiador, com alegações de que políticas internas sufocam a liberdade criativa.

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Os novos estúdios formados por ex-membros da CDPR têm o potencial de ameaçar a posição da empresa, oferecendo jogos que atendem diretamente às expectativas dos fãs. Com a promessa de narrativas imersivas e designs inovadores, tanto a Rebel Wolves quanto o Blank Studio apresentam uma nova perspectiva para a indústria de RPGs.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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