O samba brasileiro perdeu uma de suas canetas mais geniais. O cantor e compositor Marcos de Souza Nunes, o eterno Marquinho PQD, morreu na manhã desta segunda-feira (29), no Rio de Janeiro, aos 66 anos. A informação foi confirmada pela família em suas redes sociais. O artista estava internado há alguns dias, mas a causa da morte não foi revelada.

Compositor de mais de 400 canções, Marquinho PQD foi o poeta por trás de sucessos imortalizados nas vozes de gigantes como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Alcione e Fundo de Quintal. Sua partida deixa um legado imenso na cultura popular brasileira.

“Mestre Marquinho nos deixa um legado de vida, samba e muito axé, que permanecerá para sempre em nossos corações”, diz um trecho do comunicado oficial.

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O poeta por trás dos grandes sucessos do samba

Embora seu rosto não fosse tão conhecido do grande público, sua obra está na boca do povo há mais de 40 anos. A lista de intérpretes de suas músicas é um verdadeiro “quem é quem” do samba: Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Jovelina Pérola Negra, Almir Guineto, Alcione e grupos como Molejo e Exaltasamba gravaram suas composições. No carnaval, ele também deixou sua marca, assinando sambas-enredo para a Mocidade Independente de Padre Miguel.

A parceria histórica com o saudoso Arlindo Cruz

A parceria mais célebre e prolífica de Marquinho PQD foi com o amigo Arlindo Cruz, que faleceu no último mês de agosto. Juntos, eles compuseram cerca de 100 músicas, incluindo clássicos como “Só no Sapatinho” e “Pedras No Caminho”. A morte de Marquinho, pouco mais de um mês após a de seu grande parceiro, representa uma perda dupla e irreparável para o samba.

A origem do ‘PQD’ e o início de uma carreira brilhante

Cria de Realengo, na Zona Oeste do Rio, Marquinho PQD comemorou 40 anos de carreira em 2023. O apelido que carregou por toda a vida veio de sua profissão antes da fama: ele foi paraquedista do Exército.

Sua entrada no panteão dos grandes compositores aconteceu em 1983, quando o Fundo de Quintal gravou seu samba “Fase de Amor”. O sucesso se consolidou no ano seguinte, quando a madrinha do samba, Beth Carvalho, gravou “Coração Feliz”, canção que deu nome a um de seus álbuns mais importantes. A partir daí, sua caneta não parou mais de produzir clássicos.

Ainda não há informações sobre o velório e o enterro do compositor.

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