Marvel choca fãs com Pantera Negra branco, filho de T’Challa, em nova HQ e gera polêmica

Marvel Comics introduz Pantera Negra branco, Ketema, filho de T’Challa, em nova HQ. Mudança gera debate e questionamentos sobre o legado.
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Em uma das reviravoltas mais inesperadas e potencialmente controversas da história recente dos quadrinhos, a Marvel Comics apresentou um Pantera Negra branco como o novo governante de Wakanda. A chocante mudança ocorre na primeira edição de “Marvel Knights: The World to Come Vol. 1 #1”, lançada em 2025, onde Ketema, um guerreiro loiro de pele branca e filho até então desconhecido de T’Challa, derrota seu pai em combate ritual e assume o trono e o manto do protetor de Wakanda. A decisão já incendiou debates acalorados nas redes sociais e entre os fãs.

A ascensão de Ketema: Uma Wakanda à beira do colapso e o duelo pelo trono

A trama de “The World to Come” se desenrola em uma versão futura próxima da Terra-616, o universo principal da Marvel. Wakanda encontra-se em um estado de profunda instabilidade política, ameaçada por um grupo de resistência conhecido como Aquamarines, que busca derrubar a monarquia. Em meio a esse cenário caótico, T’Challa é confrontado por um desafiante mascarado que, para sua surpresa, revela-se como seu próprio filho distante, Ketema.

O que se inicia como um desafio formal pela liderança rapidamente escala para um confronto pessoal e brutal. Apesar de T’Challa demonstrar clara superioridade em combate, ele hesita em desferir um golpe fatal contra o filho. Ketema, interpretando a misericórdia paterna como fraqueza ou desrespeito, reage com uma fúria avassaladora, derrubando T’Challa. Vitorioso, Ketema remove sua máscara, chocando os anciãos wakandanos – e os leitores – ao revelar uma pele pálida e cabelos loiros. Sem hesitar, ele proclama: “Eu sou rei agora. Wakanda é MINHA.”

Quebrando tendências: A inversão da passagem de mantos de super-heróis

A ascensão de Ketema como o novo Pantera Negra representa uma quebra significativa com as tendências recentes da indústria de quadrinhos. Nos últimos anos, tornou-se comum ver mantos de super-heróis consagrados passarem de personagens brancos para personagens não brancos, como Sam Wilson assumindo o escudo do Capitão América, Miles Morales se tornando o Homem-Aranha de sua geração, e Riri Williams vestindo a armadura como Coração de Ferro.

“The World to Come” inverte essa lógica, passando um legado de enorme peso cultural e simbólico de um personagem negro icônico para um sucessor branco. Esta é, possivelmente, a primeira vez na memória recente que um título de super-herói de grande destaque realiza tal transição, subvertendo as expectativas de diversidade e representatividade na herança de mantos.

É cânone? O status da história e a liberdade criativa da Marvel

Embora a história se passe na Terra-616, sua ambientação em um futuro não especificado levanta questões sobre seu status canônico. O roteirista da série, Christopher Priest, abordou essa questão em uma entrevista ao AIPT Comics, afirmando: “Nosso Pantera Negra é o nosso mundo por vir. É completamente a nossa própria visão do futuro próximo. Não está vinculado a nenhuma outra parte da continuidade da Marvel, o que nos dá enorme liberdade.”

Essa declaração concede à Marvel uma margem de manobra criativa considerável. A narrativa está suficientemente distante da continuidade principal para não causar rupturas imediatas, mas próxima o bastante para que suas implicações sejam debatidas e sentidas pelos leitores.

Debate online e as questões levantadas: Vilão, provocação ou mérito?

A reação online à introdução de um Pantera Negra branco foi imediata e polarizada. Enquanto alguns fãs elogiam a Marvel pela audácia e pelo risco criativo, outros questionam as implicações da decisão, a ótica da representação e a direção da história. A expressão “Pantera Negra branca” rapidamente se tornou um dos tópicos mais comentados nas plataformas sociais, gerando desde curiosidade e teorias até críticas contundentes.

A reviravolta levanta questões complexas: Seria esta uma história sobre mérito individual superando a linhagem sanguínea e a herança cultural? Ketema tem a intenção de desafiar as suposições sobre identidade e pertencimento? Ou seria a mudança uma ferramenta narrativa projetada para provocar discussão e debate? Alguns especulam que Ketema pode se revelar um antagonista, preparando o terreno para um sucessor mais tradicional ao manto, ou que a Marvel estaria respondendo de forma provocativa a críticas passadas sobre trocas de manto. A Marvel, por sua vez, ainda não emitiu nenhum comunicado oficial sobre a trama.

O que esperar do futuro de Wakanda e do novo Pantera Negra

Mais detalhes sobre a legitimidade do reinado de Ketema, suas motivações e a reação de Wakanda à sua liderança são aguardados na segunda edição de “Marvel Knights: The World to Come Vol. 1”, com lançamento previsto para 9 de julho de 2025.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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