O mecânico Caio Strumiello, de 53 anos, não conseguiu recuperar seu carro anfíbio, que foi apreendido após ser visto navegando nas águas da Praia do Gonzaguinha, em São Vicente, no litoral de São Paulo. O veículo, que pode ser utilizado tanto em terra quanto na água, foi abordado pela Guarda Civil Municipal (GCM) por não possuir a documentação necessária para a navegação, colocando em risco a segurança da população e do meio ambiente.

Em uma tentativa de reaver sua criação, Strumiello foi até o pátio de recolhimento onde o carro foi levado, mas não conseguiu retirar o veículo. A falta de documentos necessários para regularizar o uso do automóvel impediu sua liberação. O mecânico planeja acionar um advogado para buscar uma solução judicial e recuperar seu carro anfíbio.

Legislação sobre veículos e embarcações

De acordo com a Prefeitura de São Vicente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) exige licenciamento, registro e certificado de segurança para a fabricação artesanal de veículos, o que inclui os carros anfíbios. O proprietário do veículo deve buscar regularização junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para poder retirar o carro do pátio, além de arcar com os custos de remoção e diárias.

Além disso, a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) informou que todo veículo que transita nas águas deve ser registrado e inscrito de acordo com as normas da Autoridade Marítima. A inscrição é obrigatória para garantir a segurança da navegação e a integridade dos condutores e tripulantes.

A criação de Strumiello

Strumiello, que já constrói carros desde 2010, decidiu criar o carro anfíbio há dois meses. O veículo foi feito a partir de um casco de barco, com rodas e dois motores – um de motocicleta e outro estacionário, normalmente utilizado em máquinas de caldo de cana. O mecânico afirmou que seu carro não oferece riscos ao meio ambiente, pois os motores ficam abaixo do nível do mar, evitando o contato com a água e possível vazamento de óleo.

Em relação à apreensão, Strumiello afirmou que sua intenção nunca foi poluir o mar e que sua experiência com navegação ajudou a evitar problemas. No entanto, a GCM constatou que o carro não tinha a documentação necessária para ser utilizado nas águas e acionou a Capitania dos Portos, que confiscou o veículo.

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