Atletas apontam problemas de qualidade nas medalhas olímpicas, com relatos de descoloração e danos em menos de seis meses.
As medalhas das Olimpíadas de Paris 2024, projetadas como um símbolo duradouro de conquistas esportivas, estão enfrentando críticas devido à sua rápida deterioração. Apenas cinco meses após o evento, atletas de diferentes modalidades têm relatado problemas de qualidade, reacendendo a discussão sobre a durabilidade dos prêmios olímpicos.
Dois nadadores franceses, Clément Secchi e Yohann Ndoye-Brouard, recentemente compartilharam imagens de suas medalhas de bronze, exibindo sinais de desgaste significativo, como descoloração e aparência escamosa. Secchi descreveu sua medalha como tendo “pele de crocodilo”, enquanto Ndoye-Brouard ironizou que a peça parecia datar de 1924, não de 2024.
Controvérsias desde o início
As críticas às medalhas começaram logo após os Jogos. Nyjah Huston, skatista norte-americano que ganhou o bronze na modalidade street, reclamou que sua medalha parecia “ter ido para a guerra e voltado” após pouco uso. A brasileira Rebeca Andrade, vencedora do ouro na ginástica de solo, também evitou usar suas medalhas para evitar arranhões.
Atletas como o dinamarquês Viktor Axelsen, ouro no badminton, e a britânica Yasmin Harper, bronze nos saltos ornamentais, relataram problemas como manchas, desgaste e descoloração, comparando desfavoravelmente as medalhas de Paris com as de edições anteriores, como Tóquio 2021.
?? Paris 1924 pic.twitter.com/WzfoV3ECQt
— Yohann Ndoye Brouard (@yohann_2911) December 28, 2024
O design e o problema de qualidade
Produzidas pela renomada joalheria Chaumet em parceria com a Casa da Moeda de Paris, as medalhas foram elogiadas inicialmente por seu design inovador. Cada peça inclui ferro reciclado da Torre Eiffel, em um esforço de sustentabilidade. No entanto, a qualidade do acabamento tem gerado questionamentos.
Em resposta às críticas, o Comitê Organizador de Paris 2024 e a Monnaie de Paris prometeram substituir medalhas danificadas, garantindo a gravação idêntica às originais. “As medalhas são os objetos mais cobiçados dos Jogos e os mais preciosos para os atletas. Medalhas danificadas serão sistematicamente substituídas”, declarou o comitê.
Solução em vista?
Embora as substituições sejam uma solução, o desgaste precoce levanta dúvidas sobre o processo de fabricação e os materiais utilizados. Para muitos atletas, a medalha olímpica é um símbolo de esforço e dedicação, e as condições relatadas ameaçam esse legado.
Com mais de 1.000 medalhas distribuídas em Paris 2024, a durabilidade dos prêmios é um ponto sensível para os organizadores, que agora enfrentam o desafio de preservar o prestígio e a confiança associados às honrarias olímpicas.
