O Rei do Pop tinha um apelido nada glamoroso entre seus amigos mais próximos. Em seu novo livro de memórias, “Truly”, lançado nesta terça-feira (30), o cantor Lionel Richie revelou que o amigo Michael Jackson (1958 – 2009) era carinhosamente chamado de “fedorento” (“smelly”, em inglês) por seus péssimos hábitos de higiene.
A revelação, no entanto, não é uma crítica, mas um retrato afetuoso e humanizador de como a fama extrema impedia o astro de realizar as tarefas mais básicas do dia a dia, como lavar suas próprias roupas.
A consequência bizarra da fama e a origem do apelido
No livro, Richie explica que o apelido foi criado pelo lendário produtor Quincy Jones (1933 – 2024), que costumava provocar Michael sobre o assunto. “Michael dava risada também, dando conta de que estava há alguns dias sem trocar ou lavar suas roupas”, escreveu Lionel, segundo a revista People. “Todos nós temos nossas manias.”
Para Richie, o descuido de Michael não era por falta de higiene, mas uma consequência direta de sua fama estratosférica. Ele não podia simplesmente ir a uma loja comprar roupas novas ou mandar suas peças para uma lavanderia. “A maioria delas simplesmente não voltava. Todo mundo queria uma lembrancinha”, relatou o músico. “Ele pegou o hábito de usar os jeans até eles ficarem inutilizáveis.”
A história das calças ‘atropeladas’ no tapete
Richie compartilhou um episódio específico e hilário que ilustra a situação. Certa vez, preocupado com o estado das calças do amigo, ele decidiu dar a Michael um par de calças novas e uma cueca limpa.
“Eu o levei para casa, e ele foi muito gentil e se mostrou agradecido”, escreveu Lionel. A surpresa veio depois. “Assim que entrei de volta na minha casa, passei pela sala de estar e notei que ali, no tapete, estavam a cueca de Michael Jackson e seu velho jeans surrado. Simplesmente largados ali como um animal atropelado.”
A reação de Richie foi de puro carinho e resignação. “O que eu faço além de rir? MJ esteve aqui”, completou.
Um ‘professor absorto’ e uma ‘criança’
Para o autor de “You Are”, o descuido de Michael era parte de sua personalidade “excêntrica”, que ele descreveu como uma mistura de “professor absorto” com a de uma “criança”. A amizade e a parceria dos dois ícones da música atingiram seu auge em 1985, quando escreveram juntos o hino beneficente “We Are The World”, um dos singles mais vendidos de todos os tempos. A nova biografia de Lionel Richie oferece um olhar raro e íntimo sobre os bastidores dessa amizade lendária.