Ace Frehley, o icônico guitarrista e cofundador do Kiss, cuja persona “Spaceman” e solos eletrizantes inspiraram uma geração de músicos, morreu nesta quinta-feira (16) em Morristown, Nova Jersey. Ele tinha 74 anos. A morte do lendário músico, uma das peças fundamentais para o sucesso estrondoso da banda nos anos 70, foi confirmada por sua família.

A causa da morte não foi divulgada, mas o guitarrista havia cancelado recentemente sua agenda de shows devido a “problemas médicos contínuos”, após sofrer uma queda em seu estúdio no final de setembro.

‘Estamos completamente devastados’, diz a família

Em um comunicado, a família de Frehley expressou sua dor. “Estamos completamente devastados e de coração partido”, diz a nota. “Celebramos suas forças e a bondade que ele concedeu aos outros. A magnitude de sua passagem é de proporções épicas e além da compreensão. Refletindo sobre todas as suas incríveis conquistas na vida, a memória de Ace continuará a viver para sempre!”

O guitarrista que definiu o som e a atitude do Kiss

Embora Gene Simmons e Paul Stanley fossem os principais compositores, a habilidade de Ace Frehley na guitarra e sua atitude de rockstar foram componentes essenciais para o sucesso do Kiss. Como compositor, ele assinou clássicos e favoritos dos fãs como “Cold Gin”, “Parasite” e “Shock Me”.

Sua entrada na banda, em 1973, já foi lendária. Respondendo a um anúncio de jornal, ele chegou ao teste com sapatos de cores diferentes e, segundo relatos, impressionou os outros membros ao solar de forma improvisada sobre a música “Deuce”. Junto com a maquiagem, os figurinos e a pirotecnia, seu estilo de tocar se tornou uma das marcas registradas da banda que conquistou o mundo a partir do álbum Alive! (1975).

A luta contra os vícios e a saída da banda

O sucesso, no entanto, veio acompanhado de uma dura batalha contra o álcool e as drogas. “Assim que comecei a usar cocaína, eu realmente gostava de beber mais, e por mais tempo, sem desmaiar. Então eu estava realmente a todo vapor”, confessou ele à Rolling Stone em 2015.

O desconforto com a direção cada vez mais comercial da banda e seus problemas pessoais o levaram a deixar o Kiss em 1982, no auge da fama. “Eu acreditava que, se ficasse naquele grupo, teria cometido suicídio”, relembrou ele. “Eu abandonei um contrato de US$ 15 milhões. Isso seria como US$ 100 milhões hoje.”

O retorno triunfal e o legado como ‘Spaceman’

Após uma carreira solo nos anos 80 com a banda Frehley’s Comet, Ace retornou ao Kiss em 1996 para uma das turnês de reunião mais bem-sucedidas da história do rock. Ele deixou a banda pela segunda e última vez em 2002. Nas últimas duas décadas, seguiu em turnê como um artista solo de grande sucesso, tocando os clássicos que ajudou a criar.

Em uma entrevista de 2013, ele refletiu sobre sua jornada: “Minha vida tem sido uma montanha-russa, mas de alguma forma eu sempre consegui cair de pé e ainda tocar guitarra.” Para milhões de fãs, ele sempre será o “Spaceman”, o guitarrista cool e selvagem cuja paixão pela música definiu o que era ser um rockstar.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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