O ator alemão Udo Kier, um ícone cult conhecido por sua extensa filmografia (mais de 200 filmes) e por colaborar com alguns dos nomes mais provocativos do cinema, morreu neste domingo (23) aos 81 anos. A notícia foi confirmada por seu parceiro, o artista Delbert McBride.
Com uma carreira que transitou sem esforço entre o cinema de arte europeu e grandes produções de Hollywood, Kier foi uma figura central na contracultura dos anos 70 e no cinema de autor contemporâneo.
A musa de Andy Warhol e o início da fama
A carreira de Kier decolou nos anos 70 com a ajuda de Andy Warhol. Ele estrelou os filmes de horror subversivos Flesh for Frankenstein (1973) e Blood for Dracula (1974), ambos produzidos por Warhol. Kier deu uma guinada cômica e assustadora aos papéis titulares, o que o tornou uma celebridade cult.
O ator continuou trabalhando na Europa com o lendário Rainer Werner Fassbinder em filmes como Lili Marleen e mudou-se para os EUA após ser notado por Gus Van Sant, que o escalou para o aclamado My Own Private Idaho (1991), ao lado de River Phoenix e Keanu Reeves.
Parceria com Lars von Trier e o pop de Madonna
Kier é talvez mais conhecido por sua longa e conturbada colaboração com o diretor dinamarquês Lars von Trier. O ator apareceu em diversos de seus filmes mais polêmicos, incluindo: Ondas do Destino (Breaking the Waves), Dançando no Escuro (Dancer in the Dark), Dogville, Melancolia e Nymphomaniac: Vol. II.
Nos anos 90, ele mostrou seu lado pop ao aparecer em grandes produções de Hollywood (Ace Ventura: Um Detetive Diferente, Armageddon, Blade) e em três projetos com Madonna: ele posou para o polêmico livro Sex (1992) e estrelou os videoclipes de “Erotica” e “Deeper and Deeper”.
Último trabalho no cinema brasileiro
Em seus últimos anos, Kier manteve uma agenda ativa. Mais recentemente, o ator esteve no elenco do aclamado filme brasileiro O Agente Secreto (The Secret Agent), do diretor Kleber Mendonça Filho. O longa rendeu a Wagner Moura o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes de 2025.
Nascido em Colônia, Alemanha, em um hospital que estava sendo bombardeado, Kier tinha uma visão peculiar sobre sua carreira. “Gostei da atenção, então me tornei um ator”, disse ele em uma entrevista em 2024.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
Contato: matheus@nosbastidores.com.br

