Neurologista recomenda abandonar o consumo de álcool a partir dos 65 anos para preservar a memória e a saúde
A relação entre o consumo de álcool e a saúde cognitiva na terceira idade voltou a ser tema de debate com a recente recomendação do neurologista americano Dr. Richard Restak. Autor do livro The Complete Guide to Memory: The Science of Strengthening Your Mind (2021), Restak defende que as pessoas devem reduzir significativamente o consumo de bebidas alcoólicas aos 65 anos e, idealmente, eliminá-las completamente até os 70.
O impacto do álcool no cérebro
Dr. Restak explica que o álcool, embora seja uma neurotoxina de efeito moderado, pode comprometer a saúde dos neurônios, as células nervosas responsáveis pela transmissão de informações no cérebro. O especialista ressalta que, a partir dos 65 anos, o corpo humano possui menos neurônios, o que torna crucial a preservação das células restantes para garantir um envelhecimento saudável.
Embora estudos indiquem que a perda de neurônios ao longo da vida pode ser limitada — variando entre 2% e 4% —, os impactos do álcool, associados a outros fatores de risco, podem acelerar o declínio cognitivo.
Álcool e demência
Restak destaca que o consumo contínuo de álcool na velhice pode aumentar significativamente o risco de desenvolvimento de demência, um problema agravado pelo declínio gradual da capacidade do organismo de processar o álcool com o passar dos anos. Dados da Alzheimer’s Society corroboram essa preocupação, mostrando que o abuso de álcool está diretamente relacionado a taxas mais altas de Alzheimer e outras formas de demência.
Além das questões cognitivas, o médico chama a atenção para os riscos físicos. O álcool pode afetar o equilíbrio e a coordenação motora, aumentando as chances de quedas, que frequentemente resultam em fraturas e outros ferimentos graves em pessoas idosas.
Mudança de hábitos
Embora o álcool seja amplamente associado a momentos de celebração e relaxamento, o Dr. Restak incentiva uma reavaliação desse hábito. Ele argumenta que abrir mão do consumo de álcool pode contribuir não apenas para a preservação da memória, mas também para um envelhecimento mais saudável e seguro.