Nicole Kidman, atriz vencedora do Oscar e conhecida por seus papéis de destaque no cinema, recentemente levantou uma questão sobre a ausência de personagens femininas nos filmes de Martin Scorsese. Em uma entrevista à revista Vanity Fair, a artista fez uma crítica direta ao cineasta de 81 anos, com quem expressou o desejo de trabalhar no futuro, caso ele decida fazer um filme protagonizado por mulheres.

Ao ser questionada sobre quais cineastas ainda gostaria de trabalhar, Kidman não hesitou em mencionar Scorsese, mas com um toque provocativo. “Eu sempre digo que quero trabalhar com o Scorsese, caso um dia ele faça um filme com mulheres”, afirmou a atriz. A fala fez referência à longa carreira de Scorsese, que se destaca por suas colaborações com grandes astros masculinos, como Robert De Niro e Leonardo DiCaprio. A crítica de Kidman ecoa um sentimento semelhante que foi compartilhado por Meryl Streep há alguns anos.

Nicole Kidman e a crítica a Martin Scorsese: a ausência feminina no cinema de Scorsese

Meryl Streep, em entrevista de 2011 ao site The Talks, já havia expressado uma crítica parecida ao trabalho do diretor. Na ocasião, Streep afirmou: “Eu gostaria que o Martin Scorsese se interessasse por uma personagem feminina de vez em quando, mas acho que não viverei para ver”. A fala da veterana atriz chamou a atenção para a falta de personagens femininas de destaque nos filmes do cineasta, que frequentemente são centrados em personagens masculinos em tramas de máfia e crime.

Apesar das provocações de Kidman e Streep, a obra de Scorsese é repleta de sucessos, sendo ele responsável por clássicos como Touro Indomável (1980), Os Bons Companheiros (1990) e O Irlandês (2019). Em sua carreira, o cineasta recebeu inúmeros prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Diretor por Os Infiltrados (2006). Seu filme mais recente, Assassinos da Lua das Flores (2023), conta com a atriz Lily Gladstone, que recebeu uma indicação ao Oscar por sua atuação, embora ainda seja um exemplo isolado de presença feminina no universo cinematográfico do diretor.

Ao mencionar outros cineastas com quem deseja colaborar, Kidman indicou nomes como Kathryn Bigelow, Spike Jonze, Paul Thomas Anderson e Michael Haneke. Essas escolhas refletem o interesse da atriz por diretores conhecidos por suas narrativas que exploram uma diversidade maior de personagens e histórias, incluindo as femininas. Bigelow, por exemplo, é a primeira mulher a ganhar o Oscar de Melhor Direção, com o filme Guerra ao Terror (2008), e tem sido uma das principais vozes no debate sobre o papel das mulheres no cinema.

A crítica de Kidman a Scorsese, somada à reflexão de Meryl Streep, traz à tona uma discussão sobre a representatividade feminina no cinema, especialmente em filmes de grande orçamento e de diretores consagrados. Ambas as atrizes, com suas trajetórias e conquistas, questionam se o cinema de grandes figuras como Scorsese continuará a excluir as mulheres de papéis principais, ou se essa realidade pode começar a mudar.

Mostrar menosContinuar lendo