A revelação de “Resident Evil 9”, oficialmente intitulado “Resident Evil: Requiem”, durante o Summer Game Fest trouxe grande empolgação aos fãs, especialmente com a introdução de uma nova protagonista, a agente do FBI Grace Ashcroft. No entanto, em meio à celebração, uma crítica recorrente sobre a franquia voltou à tona: a aparente falta de diversidade nos traços faciais de suas personagens femininas, com muitos jogadores apontando a semelhança de Grace com outras heroínas da saga.

“Não estou louco, né?”: a confusão com Rosemary e Jill

Logo após a divulgação do primeiro trailer, fóruns como o Reddit e o X (antigo Twitter) foram inundados por comentários de fãs que, inicialmente, confundiram a nova heroína. Muitos acreditaram que Grace era, na verdade, uma versão mais velha de Rosemary Winters, a protagonista da DLC de “Resident Evil Village”. “Não estou louco, né? Ela se parece exatamente com uma Rose um pouco mais velha”, escreveu o usuário do Reddit Debracito. “Nada no trailer sugere que ela seja Rose. Ainda assim, parece algo que eles não poderiam ter feito [por] acidente”, ponderou.

Outros viram semelhanças com outra personagem icônica. “Sinceramente, pensei que ela fosse Jill [Valentine] no início, e que eles reconstruíram a Ilha da Morte, restaurando sua cor de cabelo original”, comentou outro usuário, referindo-se à aparência da personagem no remake de “Resident Evil 3”.

A crítica da “síndrome da mesma cara”

Essa confusão inicial alimentou uma discussão maior sobre o que os fãs apelidaram de “síndrome da mesma cara” (same-face syndrome). A crítica aponta que as protagonistas femininas mais recentes da Capcom, desenvolvidas com a poderosa RE Engine, tendem a compartilhar uma estrutura facial muito similar – geralmente traços caucasianos, finos e delicados –, o que diminuiria a individualidade de cada uma.

A frustração de parte da comunidade é que, enquanto os personagens masculinos como Leon, Chris e Ethan possuem aparências distintas, as mulheres estariam sendo criadas a partir de um molde estético semelhante. Essa percepção levou a um clamor pela inclusão de personagens veteranas com visuais mais únicos e diversos, como a espiã de ascendência asiática Ada Wong e a agente africana Sheva Alomar (de “Resident Evil 5”), embora não haja, por enquanto, nenhuma indicação de que elas estarão em “Requiem”.

Quem é Grace Ashcroft e quem mais retorna?

Apesar do debate sobre seu rosto, a história de Grace Ashcroft é inédita e intrigante. Ela é filha de Alyssa Ashcroft, uma jornalista que apareceu no jogo spin-off “Resident Evil Outbreak” (2003). Como revelado anteriormente, “Requiem” parece se conectar a uma investigação que Alyssa deixou para trás, criando uma forte ligação com o passado da franquia.

Rumores indicam que Grace não estará sozinha. Especula-se que Leon S. Kennedy terá um papel importante no jogo, possivelmente como um segundo protagonista, o que faria sentido dado o retorno da trama para a icônica e destruída Raccoon City, cenário que marcou a trajetória de Leon. A presença de Jill Valentine também é muito especulada pelos fãs.

Enquanto a Capcom não revela mais personagens, a discussão sobre o design de Grace continua. “Resident Evil: Requiem” tem lançamento previsto para 27 de fevereiro de 2026, para PS5, Xbox Series X/S e PC, e até lá, os fãs certamente continuarão a debater cada detalhe do aguardado novo capítulo da saga de terror.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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