Fungo “zumbi” é encontrado na Escócia e remete à inspiração de The Last of Us
Um fungo parasita “zumbi“, conhecido por tomar controle de sua presa e manipulá-la contra a própria vontade, foi recentemente descoberto em uma floresta na Escócia. Esse fenômeno, que serviu de inspiração para os monstros aterrorizantes do jogo The Last of Us, agora foi registrado fora dos trópicos, a apenas duas horas de Glasgow.
A descoberta assustadora na floresta escocesa
O fungo em questão, o Gibellula, está relacionado ao famoso Cordyceps, o fungo que infecta insetos e inspirou a infecção apocalíptica retratada na série de TV estrelada por Pedro Pascal e Bella Ramsey. Encontrado geralmente em climas tropicais como Brasil e Tailândia, o Cordyceps sequestra os movimentos de sua presa antes de consumi-la de dentro para fora. No caso do Gibellula, ele foi observado em uma aranha, cujo corpo foi mantido intacto enquanto um cogumelo espinhoso crescia de seu exoesqueleto, liberando esporos para infectar outras vítimas.
A descoberta foi feita por Ben Mitchell, um naturalista amador, na península de Kilfinan e Colintraive, em uma floresta temperada conhecida por sua biodiversidade. Mitchell, que estava investigando o ecossistema local como parte de um projeto de restauração de habitat, ficou surpreso ao encontrar o fungo parasita, descrevendo o momento como uma “grande surpresa”.
Mitchell relatou que, ao encontrar a aranha infectada, percebeu que o fungo havia forçado o animal a se mover para a parte inferior de uma folha, possivelmente para proteger os esporos da chuva e aumentar a chance de infectar outros invertebrados.
Impacto na pesquisa e biodiversidade local
Embora a descoberta seja impressionante, Mitchell e outros pesquisadores ressaltam que o fungo Gibellula parece afetar apenas invertebrados como aranhas, lagartas e formigas, sendo relativamente raro. O fungo foi observado apenas oito vezes nos últimos 70 anos.
A descoberta faz parte de um esforço mais amplo para documentar a biodiversidade da floresta escocesa, que, segundo Ian Dow, coordenador do Argyll Countryside Trust, havia sido severamente impactada pela chuva ácida nas décadas passadas. Agora, com a redução desse problema ambiental, a equipe de voluntários está redescobrindo espécies raras e valiosas, muitas delas típicas de florestas tropicais, como líquens, musgos e até águas-vivas.
Essa rara floresta escocesa, com sua flora e fauna únicas, continua a surpreender os pesquisadores, que esperam revelar ainda mais segredos escondidos sob suas copas densas.